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Após empate técnico, campanha de Nunes vê Boulos ‘batendo no teto’

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A polarização nacional finalmente desembarcou em São Paulo, maior capital do Brasil. É o que revela a última pesquisa Datafolha, que registra pela primeira vez um empate técnico na casa dos 30% entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e seu principal adversário, Guilherme Boulos (Psol).

O time de Nunes celebrou – e muito – o resultado. Para eles, quando a campanha efetivamente tiver início, o prefeito estará já na dianteira, com vantagem mais folgada. Quem participa da formulação da estratégia eleitoral vê Boulos “batendo no teto”, ou seja, já muito perto do potencial máximo de votos que pode alcançar.
“Há um ano ele (Boulos) está na casa dos 30%. Está no teto. Já nós chegamos na fase do crescimento. Em algumas regiões nossas pesquisas internas mostram que já o ultrapassamos”, diz um dos principais estrategistas da campanha.

Essa mesma fonte explica que haverá forte investimento na conquista do voto da periferia – que já não foi com Boulos na eleição passada. “Tem a tarifa zero no domingo, fila de creche zerada. E, se eles vão buscar esse voto, precisamos lembrar que há nas franjas um braço muito forte dos evangélicos”, explica o aliado de Nunes.

Nesse campo, o vínculo estrategicamente calculado com Bolsonaro é um ativo. O time de Nunes entende que já conquistou o bolsonarismo moderado e que o radical virá com o avanço da campanha.
Boulos busca suavizar a imagem

A campanha de Boulos, por sua vez, não passou recibo, mas diz que a pesquisa vai ajudar a refinar pontos que precisam ser lapidados antes da disputa efetivamente começar. O time do deputado diz que “deu a lógica” no Datafolha: o prefeito tem a máquina administrativa na mão e previu investimento de R$ 14 bilhões em obras. Ou seja, dizem que o empate é pouco e que esperam mesmo que a corrida comece com Nunes na dianteira.

Há, porém, estratégia do lado do psolista também. Quem está no time de Boulos quer suavizar a imagem do deputado, deixá-lo com atitude menos crítica e mais camarada.

A participação de Marta Suplicy (PT) também é vista como ativo para conquistar a periferia, assim como o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Outro ponto essencial: explorar os “esqueletos escondidos no armário” de Nunes: escrutinar obras e contratos já sob suspeita de órgãos de controle.

“Vamos mostrar que esse festival de investimento é ‘por fora bela viola, por dentro pão bolorento'”, afirma o marqueteiro Lula Guimarães.

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