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PF abriu apuração sobre suposta delação de general venezuelano contra Lula

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A Polícia Federal (PF) abriu um procedimento investigativo pouco antes da eleição de 2022 sobre uma suposta delação de um general venezuelano contra o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

A informação consta do depoimento do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, à Polícia Federal no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições daquele ano.

Questionado sobre essa apuração, Torres disse não ter informações sobre a abertura da investigação. O ex-ministro também negou que essa decisão tenha passado por ele — a Polícia Federal é subordinada ao Ministério da Justiça, que ele comandava.

“Indagado por qual motivo a Polícia Federal instaurou procedimento investigativo pouco antes do 1º turno das eleições presidenciais relativos à informação de que pelo período de 10 anos o dinheiro do narcotráfico teria abastecido Lula da Silva e o ex-presidentes Cristina Kirchner, Evo Morales, considerando que as informações datam de julho daquele ano, respondeu que reitera que tal caso não tramitou pela pasta do Ministério da Justiça no período do declarante”, diz o depoimento.

A informação de que a PF abriu uma investigação sobre o tema não havia sido divulgada até agora.

Preso na Espanha, o ex-chefe de Inteligência da Venezuela Hugo Carvajal também era investigado pelos Estados Unidos, que acusavam o braço direito do falecido presidente Hugo Chávez de tráfico de drogas.

Menção em reunião ministerial

A menção a uma possível delação de Carvajal contra Lula foi feita pelo então presidente Jair Bolsonaro na reunião ministerial de 5 de julho de 2022 em que Bolsonaro, ministros e militares discutem estratégias golpistas.

Logo no começo, o então presidente afirma “ter informações” sobre o conteúdo de uma delação de Carvajal, então preso na Espanha. “Ele já fez delação premiada dele lá. Por 10 anos abasteceu com o dinheiro do narcotráfico Lula, Dilma, Cristina Kirchner, Evo Morales”, disse Bolsonaro.

Torres negou à PF que tenha sido ele a fonte das informações mencionadas por Bolsonaro. Questionado se Bolsonaro havia determinado alguma providência sobre o tema, disse que “não houve qualquer solicitação por parte do então Presidente da República para que a pasta do Declarante tomasse alguma providência.”

À época das eleições, pessoas próximas ao então presidente da República divulgaram nas redes sociais vídeos e textos sobre o tema. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) chegou a anunciar que pediria a cassação do registro do PT com base nas informações.

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