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Economia brasileira deve ‘encolher’ 5,8% em 2020

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas estimativas para a economia mundial. Em seu relatório ‘World Economic Outlook’, o fundo projetou um tombo de 4,4% para a economia global este ano – uma melhora em relação à estimativa de junho, que via uma queda de 4,9%.

Houve melhora também nas estimativas para o Brasil: o FMI agora vê uma queda de 5,8% no PIB brasileiro este ano. Em junho, a estimativa era de um tombo de 9,1%, o maior em 120 anos. A entidade, no entanto, já havia apontado esta previsão para a economia nacional em um relatório específico sobre o país.
Ao mesmo tempo, foram revisadas para baixo as previsões de crescimento em 2021: a estimativa é de uma expansão global de 5,2%, enquanto o Brasil deve crescer 2,8% – em junho, essas previsões era de 5,4% e 3,6%, respectivamente.

Os Estados Unidos aparecem como destaque positivo nesta revisão: a estimativa de junho, de queda de 8%, foi substancialmente melhorada, para uma queda de 4,3%.

Emergentes e em desenvolvimento
O Fundo alerta que, mesmo com a retomada de atividades durante a pandemia, as perspectivas econômicas dos mercados emergentes e em desenvolvimento, com exceção da China (cuja economia deve crescer 1,9% este ano, na única expansão entre os países discriminados no relatório), continuam “precárias”.

Segundo o documento, a contínua transmissão do coronavírus, a sobrecarga dos sistemas públicos de saúde e a dependência de financiamento externo, incluindo remessas, são fatores que refletem na atividade econômica de um país.

“Todas as regiões de mercados emergentes e de economias em desenvolvimento devem contrair este ano, incluindo notavelmente a Ásia, onde grandes economias, como Índia e Indonésia, continuam tentando controlar a pandemia”, informou o relatório.
O FMI mostra uma situação especialmente alarmante na Índia, onde o PIB sofreu uma contração muito acima da esperada no segundo trimestre. Como consequência, a estimativa para o desempenho da economia do país este ano passou de uma queda de 4,5% para um tombo de 10,3%. Para o próximo ano, foi estimado um crescimento de 8,8%.

Com isso, a previsão para a Ásia emergente e em desenvolvimento passou de -0,8% para -1,7%.

Sobre o Brasil, a organização destacou a recuperação da atividade industrial em julho e agosto, em relação aos meses anteriores, mas ponderou que o setor de serviços ainda enfrenta dificuldades para se recuperar por conta do alto número de infectados.
Desemprego deve crescer ainda mais
No Brasil, assim como em grande parte das economias emergentes, a taxa de desemprego deve crescer ainda mais até o final do ano — aumentando o nível de pobreza e a desigualdade social nos estados, prevê o FMI.

Por aqui, a estimativa é que o desemprego feche o ano em 13,4%, e suba ainda mais em 2021, para 14,1%.

“A pandemia vai reverter o progresso feito desde a década de 1990 na redução da pobreza global. Pessoas que dependem do trabalho assalariado diário e estão fora do mercado formal enfrentaram perdas repentinas de receita quando as restrições de mobilidade foram impostas”, disse o fundo, no relatório.

De acordo com a organização, a economia mundial só deve se restabelecer por completo quando os riscos da pandemia forem mitigados, haja visto que o isolamento social só deve acabar quando toda população for vacinada e se sentir segura.

“Essas descobertas sugerem que, enquanto os riscos para a saúde persistirem, a atividade econômica deve permanecer subjugada. Portanto, os formuladores de políticas devem evitar a retirada do apoio econômico rapidamente e manter os gastos com redes de segurança social”, concluiu o relatório.

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