O presidente Jair Bolsonaro disse que ‘não tem problema nenhum’ entre ele o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Em discurso, Lira afirmou que os “remédios políticos” no Congresso contra a “espiral de erros” no combate à pandemia são “conhecidos”, “amargos” e alguns, “fatais”. Ele não mencionou eventual processo de impeachment do presidente.
“Nunca teve nada errado entre nós. Nunca teve nada errado entre nós. Sou um velho amigo de parlamento, torci por ele e o governo continua tudo normal”, afirmou Bolsonaro a jornalistas após reunião com Lira no Palácio do Planalto, em Brasília.
O presidente disse que o objetivo comum dele e de Lira é encontrar maneiras de aumentar a oferta de vacinas contra a Covid-19 no país.
“O que nós queremos, juntos, é buscar maneira de contratarmos mais vacinas. E, na ponta da linha, fazer que cheguem as informações de que as vacinas estão sendo realmente aplicadas. É isso que nós queremos”, disse ele.
Bolsonaro acompanhou Lira até o carro ao final da reunião, quando falou com os jornalistas. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), estava junto. O encontro não estava na agenda oficial do presidente.
O presidente da República vem sendo criticado pela maneira como o governo federal vem conduzindo o enfrentamento a Covid-19. Na quarta, o país ultrapassou a marca de 300 mil mortes causadas pela doença, enquanto enfrenta aumento no número de casos e de vítimas, falta de leitos e de medicamentos utilizados em UTIs e atraso na vacinação.
Bolsonaro também vem sendo criticado por sua postura em relação à pandemia. O presidente diversas vezes minimizou a gravidade da Covid-19, causou aglomerações e se posicionou contra o uso de máscaras e a vacina.
Diante do aumento das críticas e de pressões por ações do governo para reverter o agravamento da pandemia no Brasil, Bolsonaro mudou de postura nos últimos dias. O presidente passou a aparecer de máscara em público e a defender a vacinação.
O presidente inclusive organizou uma reunião com os chefes dos poderes Legislativo e Judiciário a fim de buscar soluções para a crise, que aconteceu na quarta.
Lira fez o discurso em que falou sobre os “remédios amargos e fatais” do Congresso após participar da reunião organizada por Bolsonaro.