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Mourão diz esperar que novo superintendente da PF no AM mantenha ‘ações’ de Saraiva

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O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira (16) que espera que o novo superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Leandro Almada, mantenha as ações do delegado Alexandre Saraiva, que perdeu o cargo .

A mudança do chefe da Polícia Federal foi anunciada um dia após Saraiva ter apresentado notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no Supremo Tribunal Federal (STF). Saraiva diz ter visto indícios de suposto beneficiamento de madeireiros ilegais na Amazônia, o que facilita a grilagem de terra na Região Norte. A PF também informou nesta quinta (15) trocas de comando em Santa Catarina, Roraima, São Paulo e Bahia.

Questionado sobre o tema, Mourão afirmou que se trata de “cozinha interna” da PF e disse que Saraiva é um “cara sério” como a “imensa maioria” dos delegados.

“Espero que o próximo superintendente que vá assumir lá no Amazonas ele continue a empreender as mesmas ações que o Saraiva vinha empreendendo”, disse Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.

Questionado se Salles faz um bom trabalho como ministro, Mourão declarou que se trata de um “camarada que é extremamente articulado” com “uma visão economicista da questão do meio ambiente”, que defende o pagamento ao Brasil por serviços ambientais. Segundo o vice, Salles “tem visão correta das coisas”.

A notícia-crime apresentada por Saraiva no STF é um instrumento usado para alertar uma autoridade — a polícia ou o Ministério Público — da ocorrência de um ilícito. O Supremo deverá decidir se abre a investigação contra Salles e Mota ou se arquiva.

No fim do ano passado, mais de 200 mil metros cúbicos no valor de R$ 130 milhões de madeira foram apreendidos na Operação Handroanthus. Salles e Telmário têm feito declarações contrárias à operação da Polícia Federal que levou à apreensão, além de defender a aparente legalidade do material e dos madeireiros investigados.

Forças Armadas na Amazônia
Mourão também afirmou que está em estudo prorrogar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que autoriza o emprego das Forças Armadas no combate aos crimes ambientais na Amazônia. Segundo ele, poderia ser até julho ou novembro, porém ainda não há definição.

“Tem estudo para isso caso a gente sinta que precisa reforçar as ações, a gente solicita ao presidente para prorrogar”, disse Mourão.

O próprio Mourão já havia anunciado a saída dos militares da região, prevista para o dia 30 deste mês, quando termina a vigência do decreto de GLO. Seria o final da Operação Verde Brasil 2, iniciada em maio de 2020. O vice apresentou, inclusive, um plano com período de transição entre militares e órgãos civis de fiscalização.

Questionado sobre possível mudança, Mourão explicou que é preciso assegurar até julho a queda de 15% no desmatamento ilegal. Caso não seja possível sem os militares, será feito um pedido para que Bolsonaro prorrogue a GLO – cabe ao presidente assinar esse tipo de ordem.

“A minha visão é que nós temos que chegar a julho com no mínimo 15% de queda no desmatamento. Então, se eu não vou conseguir cumprir essa meta, eu tenho que intensificar as ações”, afirmou o vice-presidente.

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