A Prefeitura de Guarulhos, na Grande São Paulo, vai contratar uma nova Organização Social (OS) para administrar o Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso.
A unidade enfrenta vários problemas que vão desde a falta de insumos e medicamentos até salários de funcionários atrasados.
Há cerca de três semanas, o Hospital Pimentas Bonsucesso está sendo administrado pela Prefeitura de Guarulhos depois da OS IDGT ser suspensa. Apesar da mudança, as reclamações continuam.
Até terça-feira (14), seguranças não tinham recebido o salário, nem os benefícios. Com isso, muitos médicos e profissionais de saúde não vão trabalhar, comprometendo o atendimento.
A tosadora Samantha Silva sofreu um acidente e quebrou pé e osso da perna. Ela estava há mais de 20 dias internada no hospital Pimentas Bonsucesso esperando pra fazer uma segunda cirurgia. No dia marcado, a operação foi cancelada e ela resolveu ir embora pra casa para procurar uma vaga em outro hospital por conta própria.
“Estou há 21 com fixação [de ferro] que pode ficar no máximo duas semanas na perna e já tem que ser feita uma cirurgia para colocar uma gaiola. Estou com muita dor”, lamenta.
Foi a falta de uma pinça que fez o pai da Alexsandra, de 64 anos, morrer sem conseguir se quer fazer o exame que ele precisava. Morreu depois de 24 dias internado no hospital pimentas com a suspeita de um câncer na garganta que foi inclusive colocado no atestado de óbito sem ele tivesse feito a biópsia.
“A gente se propôs a pagar, levar para uma clínica e pagar o exame, mas eles não aceitaram, disseram que não podia se não ia fugir do SUS”, contou a despachante Alexsandra dos Santos.
Pacientes esperam por leitos deitados em macas no corredor, nos banheiros não tem produtos de higiene, papel higiênico e nem água.
O IDGT, responsável pela administração do hospital, disse que os valores repassados pela prefeitura são insuficientes para manter os atendimentos e que, desde o ano passado, vem alertando a Prefeitura de Guarulhos sobre a crise econômica do hospital e necessidade de um reequilíbrio contratual.
Já a Secretaria de Saúde de Guarulhos disse que todos os valores previstos no contrato firmado com a OS foram repassados pontualmente. A pasta disse ainda que durante a intervenção encontrou muitos valores não pagos pela organização a fornecedores e, por isso, ainda não conseguiu resolver todos os problemas, mas que as cirurgias já estão sendo retomadas, priorizando os casos mais graves.