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Governo está pronto para retomar medidas em caso de nova onda de Covid

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo está pronto para agir caso a economia brasileira venha a sofrer impactos de uma nova onda de Covid-19 e pode retomar programas voltados à proteção do emprego e até mesmo transferência de renda à população mais vulnerável.

Guedes, que falou durante participação virtual em um painel do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), também avaliou que a inflação será um problema para os países ocidentais.

“Claro que a ômicron ainda está por aí, infectando as pessoas, parece que é um pouco menos severa, mas estamos prontos com o protocolo se a crise de saúde se agravar. Estamos prontos para lançar [as medidas] novamente. Todos os programas foram muito bem-sucedidos, de preservação de emprego, de crédito, as transferências diretas”, declarou.

Junto com o ministro, no painel, estavam Kristalina Georvieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), e Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, entre outros.

Segundo Guedes, o Brasil está levando adiante um programa de vacinação em massa da população, de modo que estaria pronto para aplicar, se necessário, uma “terceira, quarta, quinta dose”.

“Nós já temos acordos com os ingleses (Astrazeneca) e com os americanos, da Pfizer, para produzir localmente. Então vamos produzir localmente e exportar para nossos vizinhos”, acrescentou.

Inflação

Sobre a inflação, que tem avançado no mundo todo com a ruptura de cadeias de produção (falta de insumos) e crises climáticas, que tiveram impacto sobre o preço dos alimentos e da energia elétrica, Guedes avaliou que ela não será “transitória em absoluto”.

No último ano, a inflação atingiu o patamar de 10,06% no Brasil, a maior em cinco anos. Para 2022, a previsão do mercado financeiro é de que o IPCA, o índice oficial, é de 5,09%.

“Eu acho que os choques adversos de oferta vão desaparecer gradualmente, mas não há arbitragem mais a ser explorada pelo lado ocidental. Eu acho que os Bancos Centrais estão dormindo na pista. Eles deveriam estar conscientes, e eu acho que a inflação será um problema, um problema real, muito cedo para o mundo ocidental. No Brasil, porque tivemos experiências prévias muito trágicas com a inflação, nos movemos rápido”, afirmou o ministro.

Segundo ele, ao contrário dos países desenvolvidos, o Brasil já começou a atacar a alta da inflação por meio do aumento da taxa básica de juros, que avançou de 2% para 9,25% ao ano no decorrer de 2021.

O ministro acrescentou que o país tem “espaço fiscal e monetário” para reagir se vier uma terceira ou quarta onda, ou seja, possibilidade de aumentar gastos e baixar juros caso seja necessário.

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