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IPCA: inflação fica em 0,54% janeiro

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou 0,54% em janeiro, após ter registrado taxa de 0,73% em dezembro, segundo os dados divulgados

Apesar de ter desacelerado pelo 3º mês seguido frente ao mês anterior, “foi o maior resultado para o mês de janeiro desde 2016 (1,27%)”, destacou o IBGE.

O índice de janeiro foi impactado principalmente pela alta dos preços de alimentos (1,11%) e pelo recuo nos transportes, com destaque para a queda nos preços da gasolina (-1,14%), do etanol (-2,84%) e das passagens aéreas (-18,35%).

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,38%, acima dos 10,06% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Apesar da aceleração, a taxa acumulada segue abaixo da registrada nos meses de outubro e novembro.

A taxa de janeiro de 2022 ficou levemente abaixo da mediana das projeções de 42 instituições financeiras e consultorias, ouvidas pelo Valor Data, de uma expansão de 0,56%.
Veja o resultado para cada um dos grupos pesquisados

Alimentação e bebidas: 1,11%
Habitação: 0,16%
Artigos de residência: 1,82%
Vestuário: 1,07%
Transportes: -0,11%
Saúde e cuidados pessoais: 0,36%
Despesas pessoais: 0,78%
Educação: 0,25%
Comunicação: 1,05%

Transportes, que possui o maior peso do IPCA, foi o único dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE a ter queda em janeiro.
Alimentos pesam, e café acumula alta de 56,87% em 12 meses

A maior variação mensal veio de artigos de residência (1,82%), com destaque para eletrodomésticos e equipamentos (2,86%), mobiliário (2,41%) e TV, som e informática (1,38%).

A maior pressão, porém, veio dos aumentos dos preços do grupo alimentação e bebidas (1,11%), que teve o maior impacto no índice do mês (0,23 ponto percentual).

“Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%”, explicou o analista da pesquisa, André Filipe Almeida.

Os principais destaques de alta entre os alimentos foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%). Além disso, os preços do café moído (4,75%) subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Outros destaques foram a cenoura (27,64%), a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%) e o tomate (6,21%).

Segundo o IBGE a disparada no preço do café é explicada por geadas que prejudicaram a última safra e por expectativas de menores estoques globais em 2022.

Alívio no preço dos combustíveis

A desaceleração da taxa mensal do IPCA é explicada principalmente pelos custos de transportes, recuou 0,11%, após subir 0,58% em dezembro. Os preços dos combustíveis tiveram queda de 1,23%.

Além da gasolina e do etanol, houve recuo no preço do gás veicular (-0,86%). O óleo diesel (2,38%) foi o único a subir em janeiro. Outros destaques de recuo nos preços foram transportes por aplicativo (-17,96%) e o aluguel de veículo (-3,79%).

Já os preços do gás de botijão (-0,73%) recuaram pela primeira vez após 19 meses consecutivos de alta. Em 12 meses, o botijão ainda acumula alta de 31,78%.

“Não fosse a queda dos combustíveis a alta teria sido maior uma vez que oito dos nove grupos apresentaram alta na margem”, destacou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.

Vale lembrar que a Petrobras reajustou o preço do diesel e da gasolina no dia 12 de janeiro e que a alta do preço internacional do barril de petróleo continua mantendo um viés de alta para os preços dos combustíveis.

No acumulado em 12 meses, o diesel ainda tem alta de 45,72% e a gasolina, de 42,71%. Já o etanol acumula um salto de 54,95%. 

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