O Palácio do Planalto avisou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que, se a guerra na Ucrânia perdurar por mais um mês ou dois, a Economia terá de subsidiar o combustível para evitar que o consumidor siga “pagando a conta” do aumento do preço em ano eleitoral.
A principal preocupação do governo, hoje, é com o custo eleitoral do aumento nos postos, que pode contaminar a campanha de Bolsonaro à reeleição.
Por isso, mesmo contra, Guedes precisou sinalizar publicamente que estuda o tema, se a guerra se prolongar. Ele admitiu que o governo estudará o subsídio mas disse que, por ora, as medidas aprovadas pelo Senado são suficientes para amortecer os preços.
O aumento dos combustíveis tira o sono do comitê de campanha de Bolsonaro. Politicamente, Bolsonaro adotou o discurso de que a Petrobras tinha que repassar o aumento pois, caso contrário, faltaria combustível nos postos e que o governo federal fez o que estava ao seu alcance: dividiu a conta com os governos estaduais e repassou o restante ao consumidor.
Mas, nos bastidores, Bolsonaro cobra uma solução da equipe econômica para que a crise não caia no colo de sua reeleição.
Por isso, pressionada, a equipe econômica teve que sinalizar publicamente que, se a guerra não acabar e o preço do petróleo não cair, às vésperas do período eleitoral, a Economia terá de ceder – mais uma vez.
"Guedes está ciente, mesmo resistindo: estamos em um ano eleitoral, a conta é outra", diz um dos principais interlocutores do presidente.