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Mães de soldados russos, a força poderosa que incomoda Putin

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Se há um ponto vulnerável na ofensiva desmedida de Vladimir Putin, ele se encontra no poderoso grupo de mães de soldados enviados para a sua autodeclarada operação militar especial contra a Ucrânia. Tanto que o presidente russo se dirigiu diretamente a elas em sua mensagem do Dia Internacional da Mulher, enquanto suas forças atacavam ferozmente Mariupol, Volnovakha, Sumy e Kharkiv.

“Eu entendo como vocês se preocupam com seus entes queridos. Podem se orgulhar deles, assim como o país inteiro se orgulha deles e também se preocupa com vocês.” Embora as mães não tenham poder para mudar o rumo da guerra, são um forte indicativo do humor e do estado de espírito dos russos. E Putin sabe disso. 

O número oficial de militares mortos, cerca de 500, não está atualizado e aumenta a pressão das mães russas sobre o Kremlin, à procura de informações sobre filhos e maridos. De acordo com um decreto assinado em 2015 por Putin, as mortes de militares são consideradas segredo de Estado.

Como não há cobertura da mídia estatal sobre as vítimas, as famílias recorrem à ONG Comitê das Mães de Soldados, que funciona desde 1989 para proteger os direitos dos militares e ganhou projeção na década de 1990, durante a guerra travada com os separatistas da Chechênia.

É praticamente a única fonte de informação sobre os integrantes das forças armadas, já que o Ministério da Defesa opta pelo silêncio, num sinal de que ocorreram poucas mudanças de comportamento desde o período soviético

O governo ucraniano vem tirando proveito da desorientação dos soldados russos e de suas famílias, criando um site militar – 200rf.com – para que as mães identifiquem se os filhos estão entre os mortos e capturados. Dados da Ucrânia dão conta de que este número ultrapassa os 5.700 e é considerado exagerado por analistas de guerra.

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