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Sistema Elétrico diz que setor prevê conta de luz sem taxa extra até o fim do ano

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O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou nesta segunda-feira (11) que a expectativa do setor é que a bandeira aplicada às contas de luz fique verde até o fim do ano, isto é, que não haja mais neste ano cobrança de taxa extra.

O ONS é um órgão vinculado ao governo federal que controla a produção e a distribuição de energia. A definição sobre a aplicação da bandeira tarifária na conta de luz cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Na semana passada, o governo anunciou o fim antecipado da bandeira escassez hídrica, que adicionava desde setembro do ano passado R$ 14,20 a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos. Essa bandeira termina na sexta-feira (15), e no sábado (16) entra em vigor a bandeira verde, sem custo adicional (veja no vídeo abaixo).

O sistema de bandeiras tarifárias é uma cobrança adicional aplicada às contas de luz quando o custo de produção de energia aumenta. Quando as condições são favoráveis, a bandeira aplicada é a verde, em que não há cobrança extra.
Nível dos reservatórios

Segundo Ciocchi, os reservatórios das usinas hidrelétricas estão terminando o período chuvoso, ou seja, o mês de abril com níveis altos de armazenamento, por isso não será necessário acionar diversas usinas termelétricas, como aconteceu ano passado. As térmicas são mais caras e poluentes.

A capacidade de armazenamento dos reservatórios do sistema elétrico estava em 68,6% no fim de março e a perspectiva é que termine novembro deste ano em 60,8%, 20 pontos percentuais acima do verificado na crise de 2008 e 34,8 pontos percentuais acima do registrado no mês mesmo do ano passado, quando o país enfrentou a crise hídrica.

“Nós estamos com os reservatórios numa boa condição e nós só vamos ter o despacho térmico dentro da ordem de mérito, ou seja, só utilizando as térmicas inflexíveis [que, por contrato, precisam funcionar]. Nessa situação, a tendência, a expectativa de todo o setor elétrico é que a gente passe todo este ano com bandeira verde”, afirmou Ciocchi.

Ele explicou que a previsão é que o setor use apenas as termelétricas mais baratas ao longo do ano. E, ainda assim, num patamar muito menor que o de 2021. A previsão é de uma geração térmica em torno de 4 a 6 mil megawatts hora, contra até 20 mil MW alcançados em alguns meses do ano passado.

A maior preocupação para este ano vinha sendo o Sul do país, mas as chuvas das últimas semanas também encheram os reservatórios da região, o que trouxe, nas palavras do diretor-geral do ONS, uma tranquilidade para o ano de 2022.

“Estamos nos aproximando do final do período úmido, que foi muito aguardado e chegou com força, chegou bem, e com toda a nossa gestão, governança estamos conseguindo atingir níveis de reservatórios que há muito tempo não tínhamos, o que nos dá uma sinalização de travessia do período seco de forma muito mais tranquila, segura que do ano passado”, disse Ciocchi.

Ele afirmou que, mantidas as perspectivas de armazenamento de água e considerando o incremento na geração e na transmissão de energia esperado para 2022 e 2023, o ano de 2023 tende ser ainda melhor para o setor elétrico. “Teremos um ano [de 2023] ainda mais tranquilo, mais robusto do ponto de vista de abastecimento”, afirmou.

O diretor-geral do ONS negou que as novas usinas termelétricas que vão entrar no sistema a partir de maio acarretem custos adicionais para o consumidor. O leilão contratou 775,8 megawatts médios para entrega de 2022 a 2025, com custo total de R$ 39 bilhões.

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