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Ex-premiê francês é condenado a prisão por criar emprego fantasma para esposa

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O Tribunal de Apelação de Paris confirmou o veredito do ex-primeiro-ministro francês, François Fillon. O premiê já havia sido condenado em 2020 pela criação de empregos fantasma para sua mulher, Penélope Fillon, que teria recebido cerca de € 600 mil sem trabalhar, como assessora parlamentar do marido Assembleia Nacional da França, na época em que era deputado. Os dois entraram com recurso na Justiça.

Fillon foi condenado a quatro anos de prisão, dos quais um em regime fechado. Ele também deve pagar € 375 mil de multa e ficará inelegivel por dez anos.

O casal alega inocência e não estava presente no tribunal. Penélope Fillon foi condenada a dois anos de prisão com sursis. Entre 1998 e 2013, ela recebeu € 612 mil por três empregos fantasmas como assistente parlamentar do marido e seu suplente, Marc Joulaud.

Acusado de cumplicidade, Joulaud também estava ausente. Ele foi condenado a três anos de prisão. Os três devem pagar uma multa de € 800 mil à Assembleia Nacional.

A pena de Fillon ainda poderá ser revisada. Ele será convocado em breve por um juiz que poderá decidir, por exemplo, que ele cumpra prisão domiciliar e utilize uma tornozeleira eletrônica.

Fim da candidatura

O escândalo foi revelado em 2017, durante a campanha presidencial do partido de direita Os Republicanos e acabou com a candidatura de François Fillon, ex-primeiro-ministro do ex-presidente Nicolas Sarkozy, eleito em 2006. O ex-chefe de governo chegou a ser favorito nas pesquisas, mas acabou sendo eliminado no primeiro turno.

Fillon, que já havia se retirado da vida política, anunciou sua aposentadoria no fim de fevereiro, após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Ele era membro do Conselho de Administração da Petroquímica Sibur e da Zarubezhneft, empresa especializada em hidrocarburetos. Ambas são dirigidas por pessoas próximas ao presidente russo, Vladimir Putin.

Premiê anunciou aposentadoria

A primeira condenação de François e Penelope Fillon ocorreu em junho de 2020. Em novembro, eles estiveram novamente diante da Justiça francesa e chegaram a entrar com recurso na tentativa de reverter o resultado do primeiro julgamento, mas a Promotoria francesa pediu cinco anos de prisão pelos crimes de corrupção – um em regime fechado – e exigiu que o ex-primeiro-ministro usasse uma tornozeleira eletrônica.

Os dois já haviam sido condenados em primeira instância, em um outro caso, por desvio de dinheiro público e outros crimes de corrupção. François Fillon foi condenado ao pagamento de uma multa de € 375 mil por mau uso de recursos públicos, cumplicidade e uso indevido de recursos.

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