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Justiça adia pela 4ª vez julgamento de 5 acusados de roubar, matar e queimar família no ABC paulista

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A Justiça adiou o julgamento dos cinco acusados de roubar, matar e queimar uma família em janeiro de 2020 no ABC Paulista. Foi o quarto adiamento do caso. O júri popular foi remarcado agora para ocorrer no próximo ano, a partir das 10h do dia 6 de março de 2023. Apesar disso, todos os réus continuarão respondendo presos aos crimes.

O julgamento deles deveria ter começado às 10h no Fórum de Santo André. Mas como faltaram testemunhas importantes da acusação e da defesa, e o advogado de uma das rés faltou por motivo de saúde, e o exame médico de uma delas não ficou pronto, a Justiça decidiu adiar o júri e marcar uma nova data a pedido do Ministério Público (MP) e dos advogados dos acusados.

O caso repercutiu à época: a filha das vítimas e sua então namorada estão envolvidas nos assassinatos, segundo a acusação feita pelo MP. Além delas, mais três homens são acusados pelos crimes (saiba mais abaixo). Vídeos de câmeras de segurança gravaram os cinco réus entrando e saindo da residência onde moravam o casal e seu filho _os três foram mortos no local.

Os empresários Romuyuki Veras Gonçalves, de 43 anos, e Flaviana de Meneses Gonçalves, de 40, e o estudante Juan Victor Gonçalves, de 15, acabaram assassinados com golpes na cabeça durante um assalto na casa deles, em um condomínio fechado em Santo André. Os crimes ocorreram em 27 de janeiro de 2020.

Os corpos só foram encontrados no dia seguinte. Estavam carbonizados, dentro do carro família, numa área de mata em São Bernardo do Campo, município vizinho a Santo André.

Entre os detidos preventivamente pelos crimes estão a filha do casal e irmã do garoto, Anaflávia Martins Gonçalves, e a então namorada dela, Carina Ramos de Abreu. Também foram presos os irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos, que são primos de Carina. O quinto preso é Guilherme Ramos da Silva, vizinho dos irmãos Ramos.

Todos os acusados respondem presos por roubo, homicídio doloso qualificado (por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou as defesas das vítimas), ocultação de cadáver e associação criminosa. Eles estão detidos preventivamente em penitenciárias de Tremembé, interior paulista.

3 adiamentos anteriores

Os três adiamentos anteriores do júri ocorreram em: 21 de fevereiro deste ano, quando a Justiça adiou o julgamento porque uma das testemunhas faltou. Depois o júri foi reagendado para 13 de junho, mas sofreu novo adiamento por causa da ausência de outras testemunhas.

A pedido das defesas de Anaflávia e Carina, o processo foi desmembrado pela Justiça. As então namoradas seriam julgadas em 19 de setembro. E Juliano, Jonathan e Guilherme teriam o julgamento em 21 de novembro. Mas esses dois julgamentos não ocorreram.

Como Anaflávia conseguiu uma autorização da Justiça para não comparecer ao júri de 19 de setembro em razão de um exame que não ficou pronto e peritos que eram testemunhas faltaram, o juiz Lucas Tambor Bueno, do Fórum de Santo André, reunificou novamente os processos. E determinou que Anaflávia e Carina fossem julgadas juntamente com os demais três réus num só júri, marcado para esta segunda, que também não aconteceu.

O magistrado irá conduzir o julgamento dos acusados em 2023, quando dará a sentença após a votação dos jurados. Sete pessoas serão escolhidas pela acusação e pela defesa para compor o júri. Elas votarão ao final se absolvem ou condenam os réus ou parte deles. O juiz redigirá o texto com a decisão da maioria. Se houver condenação, ele também aplicará as eventuais penas pelos crimes.

Os crimes

Segundo a acusação feita pelo Ministério Público, três homens armados (Juliano, Jonathan e Guilherme) entraram no imóvel com a ajuda da filha do casal, Anaflávia, e da então namorada dela, Carina. Os cinco queriam roubar R$ 85 mil que estariam num cofre, mas como não encontraram o dinheiro, decidiram levar pertences das vítimas e matá-las.

"As rés Ana Flávia e Carina agiram por cobiça, pretendendo alcançar o patrimônio das vítimas. Quanto aos acusados Jonathan, Juliano e Guilherme, a prova oral indica que agiram mediante promessa de recompensa", escreveu o juiz Lucas na decisão do ano passado, que levou os acusados a júri.

Os cinco réus foram presos durante as investigações da Polícia Civil. Câmeras de segurança gravaram a entrada da quadrilha na residência das vítimas

Além disso, os investigados confessaram envolvimento no assalto. Eles foram indiciados por quatro crimes: roubo, assassinato, ocultação de cadáver e associação criminosa. No entanto, em relatos durante a reconstituição do caso, eles divergiram sobre quem matou a família e colocou fogo no carro.

Anaflávia e Carina acusam Juliano e Jonathan de matarem a família e explodirem o veículo em que as vítimas estavam.

Juliano e Jonathan, por sua vez, acusam a prima Carina de matar os empresários e o adolescente e, depois, queimá-los.

Guilherme, de 22 anos, vizinho dos irmãos Ramos, acusa Juliano de querer assassinar o casal e o filho. Guilherme teria participado mais diretamente do roubo, e não dos assassinatos, segundo sua defesa.

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