Indicado pelo presidente Lula para uma vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Cristiano Zanin afirmou que, se aprovado, não irá se declarar impedido de julgar processos só por conterem a “etiqueta” de Lava Jato.
Zanin deu a declaração durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado. Ele foi questionado pelo senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) sobre o tema por ter aduado como advogado de Lula justamente nos processos da Lava Jato quando Moro era o juiz responsável pela operação na 13ª Vara Federal de Curitiba.
“Com relação à suspeição e ao impedimento, senador Sergio Moro, as regras objetivas podem desde logo ser tratadas e enfrentadas. Então, regra objetiva é: nos processos em que atuei como advogado, se aprovado for pelo Senado, não poderei vir a julgar este processo ou causa, se estiver no STF”, respondeu Zanin a Moro.
“Por outro lado, questões futuras, processos futuros, evidentemente que é necessário, para aquilatar ou não uma hipótese de impedimento ou suspeição, analisar os autos, analisar quem são as partes, qual o conteúdo. Até porque não acredito que o simples fato de colocar uma etiqueta no processo, indicar o nome ‘Lava Jato’, isso possa ser critério a ser utilizado do ponto de vista jurídico para aquilatar suspeição ou impedimento”, acrescentou.
Enquanto Zanin respondia à pergunta, Sergio Moro permaneceu em seu assento no plenário da CCJ, observando a resposta.