Abril é época de frutas saborosas, como cajá, acerola, carambola e banana. Entre os legumes, esse mês tem batata-doce, cará e chuchu.
Confira, ao fim da reportagem, o que esperar de preço e qualidade da banana, batata-doce – que devem encarecer, segundo os produtores – e do cará, além de dicas sobre como escolher e armazenar estes produtos.
Na série Calendário da Feira,todo mês, quais alimentos estão na safra e, por isso, podem ficar mais em conta.
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A banana é uma fruta que depende muito de água e o clima foi favorável para a produção, com bastante chuva neste início de ano nas áreas produtoras, diz Hugo Corrêa, presidente da Associação dos Produtores de Banana de Delfinópolis e Região (Adelba) e membro da comissão da diretoria da Associação Brasileira dos Produtores de Banana (Abraban).
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Corrêa prevê uma boa qualidade da fruta nas prateleiras, considerando a banana prata. Porém, o preço pode variar conforme o polo produtor. Em Delfinópolis (MG), por exemplo, a oferta será boa; contudo o Vale da Ribeira diminuiu a quantidade da banana prata, o que pode influenciar nos valores, aponta o presidente da Adelba.
Auge da safra: de agosto a maio.
Como comprar: opte sempre por aquelas com a coroa do cacho mais verde.
Como conservar: proteja a coroa com um papel filme ou de alumínio e armazene na geladeira.
Batata-doce
A batata-doce está, há 3 anos, passando por uma queda na qualidade por causa da seca, mas, com o período de chuvas que se iniciou em março, a qualidade da raiz deve melhorar em abril, diz Claudia Prandini, produtora rural e membro da Associação dos Produtores de Batata-doce de Presidente Prudente e Região (Aprobarpp).
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Com as chuvas, além da qualidade, o preço da batata-doce também deve aumentar, aponta a produtora. Ela diz que o valor atual é baixo e não é o suficiente para pagar os custos de produção.
Auge da safra: entre março e agosto.
Como comprar: evite as que têm furos grandes e profundos, podem ser sinais de podridão no interior.
Como conservar: é possível conservar tanto dentro quanto fora da geladeira. Claudia diz que também pode deixar exposta ao sol, para a raiz desidratar e ficar mais doce.
Cará
Cará (Colocasia esculenta (L.) Schott) deve ter oferta estável em abril. — Foto: Divulgação / Ceagesp
Cará (Colocasia esculenta (L.) Schott) deve ter oferta estável em abril. — Foto: Divulgação / Ceagesp
A partir de abril, as entradas de cará nas feiras e mercados serão mais frequentes, mas ainda dentro da normalidade, aponta a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Como a oferta não deve se alterar muito, os preços também devem se manter estáveis.
Auge da safra: abril a outubro.
Como comprar: evite as unidades com brotos e danos mecânicos muito profundos.
Como conservar: busque armazenar em um lugar com ventilação e longe do sol. Não coloque o alimento na geladeira.
Com a modernização das técnicas agrícolas, hoje já é possível encontrar uma grande variedade de frutas, legumes e verduras o ano inteiro nos mercados e nas feiras.
Porém, consumir produtos de época pode ser uma opção mais barata e saudável.
Com o crescimento da oferta nos períodos de safra, a tendência é os preços caírem. Mas isso nem sempre é uma regra. Como a produção de hortaliças depende muito de fatores climáticos, qualquer mudança muito intensa na temperatura, por exemplo, pode impactar a oferta.
Além disso, o consumo de alimentos de época tende a ser mais saudável, pelo menor uso de agrotóxicos em seu cultivo.
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Por que a produção de alimentos depende tanto de agrotóxicos?
"Para terem um bom desenvolvimento fora do seu ciclo natural de produção, é necessário uma intervenção mais intensa de químicos durante o preparo do solo, por exemplo", ressalta Lígia dos Santos, do São Camilo.
Outra razão é que quando estão em seu ciclo natural de produção, sem a necessidade de tanto uso de agrotóxico, os alimentos ficam com o seu sabor natural mais acentuado.