O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 5% em junho, na comparação com maio, interrompendo uma sequência 4 taxas mensais negativas, segundo divulgou pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo com a inversão de rota e com a segunda maior alta mensal da série histórica da pesquisa, o resultado fica longe de recuperar as perdas acumuladas de 19,5% dos quatro meses anteriores e evidencia a dificuldade de recuperação do setor.
O volume de serviços no país ainda segue 14,5% abaixo do patamar registrado em fevereiro, mês que antecedeu aos impactos da pandemia, e 24% abaixo da máxima alcançada em novembro de 2014.
Na comparação com junho de 2019, o setor registrou queda de 12,1%, o quarto recuo seguido nesta base de comparação.
Em 12 meses, a perda é de 3,3%, retração mais intensa desde novembro de 2017 (-3,4%).
O resultado veio um pouco melhor do que o esperado pelo mercado. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de avanço de 4,4% no mês e de queda de 14,2% no ano.
Flexibilização das medidas de restrição
Todas as 5 atividades investigadas pelo IBGE registraram alta na passagem de maio para junho, com destaque para serviços prestados para famílias (14,2%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (6,9%) e de serviços de informação e comunicação (3,3%).
Entre os 166 serviços investigados pela pesquisa, o segmento de restaurantes foi um dos que mais influenciaram o resultado de junho, segundo o IBGE. Os serviços de alojamento e alimentação registraram avanço de 17,3%.
“Com as medidas de isolamento, muitos restaurantes estavam fechados, ainda que alguns estivessem funcionando por delivery. Com a flexibilização, ou seja, com o aumento do fluxo de pessoas nas cidades brasileiras, eles começaram a abrir e a receita do segmento voltou a crescer, impactando o volume de serviços de junho”, afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Variação do volume de serviços em junho, por atividade e subgrupos
Serviços prestados às famílias: 14,2%
Serviços de alojamento e alimentação: 17,3%
Outros serviços prestados às famílias (salões de beleza, academias, reparos, etc): 4,3%
Serviços de informação e comunicação: 3,3%
Serviços de tecnologia da informação e comunicação: 3,1%
Telecomunicações: 0,7%
Serviços de tecnologia da informação: 3,1%
Serviços audiovisuais: 4,1%
Serviços profissionais, administrativos e complementares: 2,7%
Serviços técnico-profissionais: 0,5%
Serviços administrativos e complementares: 2,6%
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 6,9%
Transporte terrestre: 3,6%
Transporte aquaviário: -2,3%
Transporte aéreo: 58,9%
Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -4,5%
Outros serviços: 6,4%
O setor de transportes teve a segunda alta seguida, acumulando avanço de 11,9% em dois meses, mas ainda insuficiente para eliminar a perda acumulada de 25,2% entre março e abril.