Para quem esperava um presidente mais moderado na saída do hospital, após quatro dias de internação, a entrevista foi uma frustração . Antes de se internar, o presidente Jair Bolsonaro já tinha sido aconselhado a “baixar a bola”, se vacinar e focar no ato de governar.
Pois bem. Bolsonaro saiu do hospital em São Paulo e, para desalento e frustração desses interlocutores presidenciais, manteve os ataques às urnas eletrônicas. Essa postura era um dos motivos da articulação do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, de um encontro entre os presidentes dos três poderes.
Remédios sem comprovação científica e vacinação
Não parou por aí. Bolsonaro voltou a falar em remédios sem comprovação científica no tratamento da Covid. Em vez de se vacinar, repetiu que, para ele, a vacinação não é obrigatória – um debate que já está superado no país, diante da disposição da maioria da população em se imunizar o mais rapidamente possível.
Um aliado do presidente disse ao blog que esperava de Bolsonaro pelo menos um tom um pouco mais moderado, evitando falar de novo em suspeitas sobre a eleição do ano que vem.
“Ele devia falar que defende isso, mas que a bola está com o Congresso, que vai aprovar ou não o voto impresso nas urnas eletrônicas. Ele só se desgasta num tema em que apenas seus apoiadores radicais estão com ele”, afirmou o interlocutor presidencial.