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Com ‘estilo bedel’, Mercadante revolta setores da transição

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O coordenador da transição do governo Lula 3, Aloizio Mercadante, revoltou integrantes da equipe ao dizer que respeita quem tem ideias geniais, mas que não é o momento para tal –já que o programa de governo já está feito e foi aprovado nas urnas.

A fala, confirmada por integrantes do PT e de outros partidos, ocorreu nesta quinta-feira (17), durante uma reunião com todos os grupos da transição. Muitos participaram por zoom.

A transição de Lula, como se sabe, conta com diversos integrantes da frente ampla que o apoiou na campanha. Com cerca de 300 convidados, é uma das mais numerosas justamente porque, como o governo eleito propôs na campanha, quer ouvir e trocar ideias para discutir não só soluções de problemas como pontos de vista diferentes.

A declaração de Mercadante foi recebida com muita irritação por setores do PT e da sociedade civil .
Nas palavras de um coordenador de área, Mercadante adotou o “estilo bedel” e praticamente convocou a reunião para passar ordens. Mercadante, apesar de o discurso de Lula nos bastidores ser de que não terá um cargo forte no governo, tem ocupados e espaços e acumulado poder na transição.

Essa postura tem causado dor de cabeça também para a equipe de Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito. Mercadante é, para a maioria do PT, o retrato do que Lula não deve fazer se quiser manter boa interlocução com Congresso e empresários –já que são atribuídos a ele os principais conselhos erráticos da gestão Dilma Rousseff, que deixou o cargo após processo de impeachment.

“Ele disse que propostas já tem muitas, programa de governo já está pronto. Que é para levantar dados do governo Bolsonaro e não ficar projetando governo Lula. Que o que Lula quer é ressonância dos 4 anos do governo Bolsonaro”, relatou ao um dos integrantes da transição que participou da reunião.

Um aliado de Mercadante disse ao blog que o ex-ministro tem um “jeito um pouco arrogante” ao falar e está “à vontade” para se manifestar em nome do governo por conta da viagem de Lula para a COP 27 no Egito. Mas ele considera que Mercadante está certo no seu recado.

Coordenador do grupo de segurança pública, Flavio Dino contemporizou. Disse que “Mercadante deu foco para a equipe de transição, que é diagnóstico e plano de ação de 100 dias. Não é fazer propostas para longo prazo, 10 anos à frente. Isso é para o futuro ministro decidir”.

Os grupos receberam o prazo de 11 de dezembro para entregar os relatórios finais das áreas. A partir desta data, a coordenação dos grupos irá compilar o material.

Mercadante afirmou, segundo relatos, que a transição precisa focar no diagnóstico de cada área.

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