O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, afirmou que a Polícia Federal reuniu “indícios substancias” de que valores repassados a canais bolsonaristas que propagaram desinformação contra as eleições “resultaram de atividade ilícita”.
O ministro, no entanto, decidiu revogar a suspensão da monetização de 11 canais, que foi determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado para tentar evitar a divulgação de “fake news”.
A campanha desses canais contra as urnas eletrônicas ocorreu em meio a ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro contra o sistema de votação brasileiro.
“Tem-se que as investigações fornecem indícios substanciais de que os recursos sobre os quais incidiu o bloqueio judicial resultaram de atividade ilícita. Conteúdo sabidamente falso das postagens que reverberavam a desconfiança ao sistema eletrônico de votação, associado a teorias conspiratórias permeadas de graves imputações aos ministros do TSE inseria-se em verdadeiro modelo de negócio assentado na capitalização de notícias falsas”, afirmou o ministro.
Benedito afirmou que, como a investigação envolve um inquérito administrativo no TSE, “não constitui objeto do presente feito estabelecer juízo sobre a responsabilidade dos titulares dos canais, que deve ser apurada nas instâncias próprias”.