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O prefeito tirano nega irregularidades na fila de aplicação de vacinas

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O Prefeito de Manaus, David Almeida, negou ter cometido qualquer irregularidade na aplicação das vacinas. Ele e a secretária municipal da Saúde, Shadia Fraxe, foram alvo de um pedido de prisão e de afastamento dos cargos pelo Ministério Público Estadual. De acordo com o órgão, houve fraude na fila de prioridades durante a campanha de vacinação e contratação irregular de dez médicos .

A imunização na capital é marcada por polêmicas, com denúncias de fura fila e desvios, a ponto da Justiça determinar que a lista de vacinados seja divulgada no site da prefeitura.

“Esses jovens, que estão sendo massacrados pela opinião pública, na verdade, eles se comportaram como heróis, porque os médicos mais velhos estão afastados. E esses jovens médicos estão trabalhando no combate à Covid para exatamente dar atenção e atendimento às pessoas”

De acordo com o prefeito, há 143 médicos afastados na Secretaria de Saúde e havia a necessidade urgente de ampliar o atendimento nas UBS e um processo seletivo tradicional levaria pelo menos 60 dias.

“Procuramos aí a maior quantidade de médicos possível e encontramos o número de dez, nossa necessidade era de aproximadamente 50. Nós conseguimos dez e esses dez foram nomeados exatamente nos cargos comissionados da prefeitura que são correlatos no salário que eles recebem. E esses dez médicos foram trabalhar exatamente nas UBSs de combate ao Covid”, explicou Almeida.

De acordo com o MP, os médicos foram contratados “falsamente como gerente de projetos”, mas trabalhavam em unidades de saúde. O cargo de gerente de projetos prevê o salário de R$ 9 mil – já a remuneração de médicos temporários da prefeitura é de R$ 6,9 mil.
Ainda segundo a denúncia do MP, o grupo de médicos contratados era formado por pessoas com “ligações políticas e econômico-financeiras de apoio político e eleitoral ao atual prefeito”. O prefeito nega:

“Eu não conhecia os médicos, eles foram selecionados pela Secretaria de Saúde. E a solução que nós encontramos, de uma forma rápida e prática, é exatamente contratá-los nos cargos comissionados da prefeitura e colocá-los à disposição da Secretaria da Saúde. A nossa maior unidade de combate à Covid é a unidade da Nilton Lins. Se nós tirarmos os médicos, a unidade vai fechar. Quem vai atender essas pessoas?”

Dos dez médicos contratados como gerentes de projeto, o prefeito afirmou não saber quantos receberam a vacina. Em relação ao imunizante aplicado em pelo menos três médicos – que causaram polêmica ao publicar as fotos do momento da vacinação nas redes sociais, o prefeito diz que o Ministério da Saúde autoriza a imunização de profissionais que atuam no combate à Covid-19.

O prefeito defende que a manobra para a contratação foi usada para oferecer atendimento médico à comunidade, já que as unidades de média e alta complexidade estão lotadas. O prefeito nega qualquer irregularidade e reforça que os atos administrativos são legais.

“Eu não sei o que houve com o Ministério Público, que não vê problemas com pessoas morrendo por falta de oxigênio, pessoas na fila esperando por um leito de um hospital, e vê problema na solução que nós encontramos para ampliar o atendimento na área de saúde de Manaus”, afirmou. “Eu estou sendo acusado pelo MP de contratar médicos para salvar vidas. Se eu não contrato, estaria cometendo crime de omissão e, eu contratando, crime de peculato”, afirmou o prefeito.

Ele reclamou que não houve acusações quando o governo do estado vacinou a primeira pessoa, uma enfermeira de etnia indígena, nem quando a prefeitura vacinou profissionais da saúde. Segundo ele, a reclamação existe agora porque os médicos são de famílias conhecidas no estado.

David Almeida afirma que vai entrar com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público contra os desembargadores do Ministério Público e vai procurar a corregedoria do órgão.

“O Ministério Público se equivocou, extrapolou nessas prerrogativas. Se aconteceu crime nessa acusação, foi o crime que o Ministério Público cometeu, crime de abuso de autoridade”.

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