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Rombo nas contas externas sobe 46% até outubro e soma US$ 44 bilhões

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As contas externas do país registraram um déficit de US$ 44 bilhões nos dez primeiros meses do ano, com aumento de 46,2% na comparação com o mesmo período do ano passado (-US$ 30,1 bilhões). As informações foram divulgadas pelo Banco Central.

Ao mesmo tempo, porém, os investimentos estrangeiros diretos na economia, os maiores em sete anos, foram suficientes para “financiar” o déficit das contas externas

O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).

De acordo com o BC, o aumento no déficit das contas externas na parcial de 2022 está relacionada, principalmente, a uma piora na conta de serviços (mais gastos no exterior, incluindo viagens) e de renda (aumento das remessas ao exterior pelas empresas).

Somente em outubro, o déficit nas contas externas somou US$ 4,62 bilhões, contra US$ 6 bilhões no mesmo mês do ano passado.

Para todo ano de 2022, a expectativa do Banco Central é de uma piora nas contas externas. A estimativa da instituição é de um déficit de US$ 47 bilhões. Se confirmado, será o maior desde 2019 (-US$ 65 bilhões), ou seja, em três anos.
Investimentos estrangeiros

De acordo com o BC, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira totalizaram US$ 73,95 bilhões de janeiro a outubro deste ano, o que representa o maior patamar desde 2014 (US$ 74,76 bilhões), ou seja, em oito anos. A série histórica do BC tem início em 1995.

Com isso, os investimentos foram mais do que suficientes para financiar o déficit das contas externas.

Somente em outubro, a entrada de investimentos estrangeiros no país somou US$ 5,54 bilhões, com crescimento na comparação com o mesmo mês do ano passado – quando somou US$ 3,37 bilhões.

Já em doze meses, os investimentos estrangeiros somaram US$ 73,8 bilhões até outubro deste ano, contra US$ 71,6 bilhões no mês anterior (setembro) e US$ 50 bilhões em outubro de 2021.

Em todo o ano passado, os investimentos estrangeiros no país totalizaram US$ 46,44 bilhões. A previsão do BC, já ultrapassada, era de de que, em 2022, eles chegariam a US$ 66 bilhões.

Gastos de brasileiros no exterior

Segundo informações do Banco Central, os gastos de brasileiros com viagens ao exterior somaram US$ 1,06 bilhão em outubro deste ano, com alta na comparação com o mesmo mês do ano passado (US$ 531 milhões) – quando o país enfrentava uma fase mais dura da pandemia de Covid-19.

Já no acumulado dos dez primeiros meses deste ano, ainda segundo o BC, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 10,05 bilhões. Isso representa um aumento de 161% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 3,84 bilhões).

Os números do BC mostram que os gastos de brasileiros no exterior ainda não retomaram o patamar de antes da pandemia, iniciada em março de 2020.

Antes da Covid-19, as despesas geralmente ficavam acima de US$ 1,3 bilhão por mês, podendo superar US$ 2 bilhões em meses de alta temporada.

As despesas de brasileiros lá fora são influenciadas por alguns fatores, como o nível de atividade econômica e o preço do dólar, usado nas transações internacionais.

Passagens e despesas com hotéis, por exemplo, são cotadas em moeda estrangeira. Com isso, quando o dólar está alto, os brasileiros acabam gastando mais com esses itens.

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