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Servidores do MEC relatam que Ribeiro recebia com frequência pastor investigado

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Em relatos na investigação sobre irregularidades no Ministério da Educação, servidores da pasta disseram que o ex-ministro Milton Ribeiro recebia com frequência o pastor Arilton Moura em seu gabinete. Os encontros, segundo os servidores, ocorriam também na casa do ex-ministro.

Ribeiro foi alvo de operação da Polícia Federal na semana passada. Ele chegou a ser preso, mas depois foi solto, por determinação judicial, assim como o pastor Moura e o também pastor Gilmar Santos.

O ex-ministro e os pastores são suspeitos de participarem de um esquema no MEC de liberação de verbas do ministério para projetos em municípios em troca de propina.

Segundo os relatos de servidores, Ribeiro também autorizou que Moura pudesse viajar em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

O ex-ministro, de acordo com os servidores, foi alertado de que a ação dos pastores no MEC causaria riscos para a imagem do ministério.

Os relatos constam em o relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que foi inserido no inquérito que apura as supostas irregularidades na distribuição de verba do MEC. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal usam trechos da apuração da CGU para defender na Justiça a necessidade de medidas de investigação.

Uma primeira investigação da CGU sobre denúncias no MEC, iniciada em 2021, concluiu que não havia indícios do envolvimento de autoridades com as supostas irregularidades. Mas, após surgirem as primeiras denúncias de que os pastores influenciavam a agenda e a liberação de recursos, a CGU abriu uma nova apuração, que foi concluída em maio. Foi essa nova análise que a PF utilizou.

Tentativa de dar cargo a pastor

Um dos servidores do MEC, Albério Rodrigues, que era assessor da pasta, disse que um dos momentos de maior risco para a imagem do MEC foi quando Ribeiro tentou dar um cargo a Arilton Moura na pasta.

Em maio, o atual ministro, Victor Godoy, que na gestão de Ribeiro era secretário-executivo, publicou uma nota oficial afirmando que, após a indicação de Arilton ter sido negada pela Casa Civil, o então ministro indicidou Luciano Musse para assumir a função que seria do pastor. Musse também foi alvo da operação da PF na semana passada.

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