O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) trabalha para que o PSDB possa selar uma aliança ao Palácio do Planalto com o MDB da senadora Simone Tebet (MS) e não descarta ser vice na chapa. Na última sexta-feira, Tasso esteve com o governador Rodrigo Garcia no Palácio dos Bandeirantes. Segundo interlocutores, Tasso deixou claro no encontro que avalia que Tebet é a mais indicada para a vaga.
Segundo interlocutores de Tasso, a senadora deve incorporar a sua plataforma de campanha um projeto do cearense de responsabilidade social com metas para reduzir a pobreza no país – o que é lido na negociação entre os partidos como um aceno na direção do cearense. A possibilidade do senador ser vice de Tebet é vista com bons olhos pela direção tucana. O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, sempre disse que Tasso era um nome de consenso na sigla e que ele poderia inclusive ser cabeça de chapa, mas essa ideia acabou descartada, segundo aliados, principalmente por questões de saúde.
Tasso tem dito em entrevistas que pretende se aposentar para se dedicar à família, mas dirigentes tucanos afirmam que ele está disposto a compor a chapa com Tebet, já que a posição de vice não exige tanta atenção e o risco de exposição pública é menor.
No entanto, ao ser instado a tratar sobre uma eventual composição da chapa com Tebet, Tasso tem despistado e atribuído a possibilidade a especulações. Ele tem dito que o assunto será decidido internamente ainda esta semana pelo PSDB. Ainda assim, o entorno do senador avalia que a maioria da executiva tucana é favorável a uma aliança de centro com Cidadania e MDB e que não há mais outra alternativa que não o nome de Tebet.
Após desavenças com o ex-governador João Doria (SP) no ano passado – que desistiu recentemente da corrida presidencial – Tasso se tornou um dos entusiastas tucanos no apoio a Tebet. Ele intensificou sua aproximação com a senadora após as prévias do PSDB, quando o seu então candidato e ex-governador Eduardo Leite (RS) foi derrotado por Doria. E chegou a participar de reuniões com o ex-presidente Michel Temer, um dos padrinhos da pré-candidatura de Tebet.
A reunião da executiva tucana que tratará da formalização do apoio a Tebet deve ser na quinta-feira, mas se a unidade for construída antes existe a possibilidade que seja antecipada. Pessoas próximas ao presidente do PSDB dizem que o encontro só vai acontecer quando o debate interno sobre uma candidatura própria da sigla for pacificado. A intenção agora é trabalhar pela unidade partidária e evitar mais desgastes internos após uma série de embates nos últimos anos.