Em meio à pandemia do novo coronavírus, as vendas do varejo encolheram 8,8% na semana do Dia dos Pais, na comparação com o mesmo período de 2019, segundo dados divulgados pela Cielo .
Os números da empresa de meio de pagamentos foram mensurados por meio do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), que utiliza modelos matemáticos e estatísticos para calcular o desempenho do setor e não leva em conta apenas a base de clientes da companhia.
Apesar do recuo, o número é visto como um sinal de recuperação.
“No começo do isolamento, por volta da terceira semana de março, o faturamento do varejo teve queda de cerca de 50%”, compara o gerente de Inteligência da Cielo, Pedro Lippi.
No Dia das Mães, celebrado no segundo domingo de maio, a queda foi de 26%. Ou seja, os resultados negativos do setor têm sido cada vez menos intensos.
Comércio eletrônico
O faturamento das lojas físicas encolheu 6,7% na semana do Dia dos Pais, enquanto que o do e-commerce saltou 22,2%.
“Mostra que os varejistas estão tendo de achar alternativas para continuar vendendo”, diz Lippi.
Nessa conta do comércio eletrônico, não são levados em conta os números do setor de turismo e transporte, um dos mais atingidos pela crise. Caso fossem considerados, o e-commerce amargaria uma queda de 34,2% na comparação com 2019.
Entre os setores típicos de presentes, o destaque ficou com o varejo alimentício especializado, que inclui as lojas de chocolate e vinho, por exemplo. O segmento aumentou as vendas mesmo em meio à pandemia: alta de 0,9% em relação a 2019.
Cosméticos e higiene pessoal (-16,4%), óticas e joalherias (-16,7%) e vestuários e acessórios (-21%) amargaram quedas de dois dígitos.
Pedro Lippi destaca que os segmentos classificados como essenciais, entre os quais os de supermercados, vêm tendo desempenho superior a 2019 durante a pandemia – comportamento que se repetiu no Dia dos Pais.
“Nesse contexto de crise, ter crescimento em relação ao ano passado já é bem destacável”, diz ele.