O relatório final da CPI da Covid no Senado, aprovado na terça-feira (26) após seis meses de trabalho, ganhou destaque também na imprensa internacional.
Sites de jornais como o americano “The New York Times” e o britânico “The Guardian” e de redes de televisão como CNN mantém a notícia em suas páginas iniciais na manhã desta quarta-feira (27). A BBC internacional está com a notícia em sua manchete.
A imprensa internacional destaca principalmente o pedido de indiciamento do presidente Jair Bolsonaro, acusado de uma série de crimes na condução da crise sanitária que contribuíram para o Brasil ter mais de 600 mil mortos pela doença.
Veja a repercussão abaixo:
A rede de televisão BBC está com a notícia na manchete da sua página principal (veja abaixo). A reportagem diz que os senadores aprovaram o relatório “pedindo acusações criminais contra o Sr. Bolsonaro, incluindo crimes contra a humanidade, após 600 mil mortes devido ao coronavírus”.
O texto destaca que “o presidente [Bolsonaro] defende que é ‘culpado de absolutamente nada’, mas a crise amassou sua popularidade”.
“O relatório alega que o governo do Sr. Bolsonaro perseguiu uma política de permitir que o coronavírus se espalhasse pelo país na esperança de alcançar a imunidade do rebanho”, diz o texto.
A reportagem destaca a acusação de crime contra a humanidade, que deve ser apresentada ao Tribunal Pena Internacional, e diz que a CPI da Covid “recomendou mais oito acusações contra o Sr. Bolsonaro em tribunais brasileiros, incluindo incitamento ao crime, falsificação de documentos e violação dos direitos sociais”.
O jornal americano “The New York Times” destaca que a CPI da Covid “recomendou nove acusações criminais contra o presidente Jair Bolsonaro, incluindo ‘crimes contra a humanidade’, acusando Bolsonaro de permitir intencionalmente que o coronavírus se espalhasse sem controle pelo Brasil”.
O “The Washington Post” destaca que “um comitê do Senado brasileiro está recomendando que o presidente Jair Bolsonaro enfrente uma série de acusações criminais por ações e omissões relacionadas ao segundo maior número de mortos por Covid-19 do mundo”.
O jornal americano destaca os crimes imputados a Bolsonaro — “acusações que vão de charlatanismo e incitação ao crime ao uso indevido de fundos públicos e crimes contra a humanidade” — e explica quais são os próximos passos após a aprovação do relatório final da CPI.
O jornal francês “Le Monde” destaca que, além de aprovar o relatório final da CPI da Covid, os senadores da CPI da Covid querem “privar Jair Bolsonaro das redes sociais”.
O jornal aponta que o documento acusa o presidente brasileiro de “‘crimes contra a humanidade’ por sua gestão da Covid-19” e que o YouTube suspendeu o canal de Bolsonaro porque “o presid
O jornal britânico “The Guardian” destaca que o presidente brasileiro nega qualquer irregularidade e que a decisão sobre arquivar a maioria das acusações caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, “um nomeado de Bolsonaro que é amplamente visto como alguém que o protege”.
A reportagem também destaca que “a alegação de crimes contra a humanidade precisaria ser levada a cabo pelo Tribunal Penal Internacional”.
CNN
A rede de televisão CNN traz, junto com o texto sobre a aprovação do relatório final da CPI da Covid, uma reportagem em vídeo sobre familiares de vítimas do vírus no Brasil pedindo por Justiça.
A CNN destaca que o relatório final tem 1.288 páginas e “pede acusações contra duas empresas e 78 indivíduos, incluindo o Bolsonaro”. “O relatório alega que o governo Bolsonaro permitiu que o coronavírus letal se espalhasse pelo país em uma tentativa fracassada de obter imunidade coletiva”.
‘Der Spiegel’
O alemão “Der Spiegel” destaca que Bolsonaro “é considerado responsável por pelo menos nove crimes”, mas que “as consequências legais são improváveis”.
A reportagem diz que o procurador-geral da República, Augusto Aras, foi nomeado por Bolsonaro e “já apoiou várias vezes o presidente” e aponta também que “o início de um processo de impeachment parlamentar contra o chefe de Estado também não está à vista, pois ele tem apoio suficiente no Congresso para evitar tal processo”.