O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, afirmou que a violência política de gênero está cada vez mais presente e que, por isso, “é urgente vacinar o país contra o vírus do autoritarismo, da misoginia e da discriminação”.
Fachin fez a declaração durante o 1º Encontro Nacional de Magistradas Integrantes de Cortes Eleitorais, promovido pelo TSE.
Ele citou números sobre violência contra as mulheres e apontou que os dados indicam “um cenário preocupante” para a democracia brasileira em 2022, anos de eleições.
De acordo com o ministro, “jamais haverá democracia onde houver violência”.
“É urgente vacinar o país contra o vírus do autoritarismo, da misoginia e da discriminação. Vacina sim, contra o vírus da autocracia. Democracia sempre”, afirmou Fachin
Além de Fachin, participam do encontro o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, e a ministra do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia.
Barroso defendeu uma maior participação das mulheres nas eleições e na política.
“Apenas 15% de participação feminina no legislativo é um problema”, disse.
A ministra Cármen Lúcia também criticou a falta de igualdade em relação às mulheres.
“O discurso andou, a liberdade não chegou plenamente para todas as mulheres”, disse.
Cenário adverso
Segundo Fachin, o cenário político adverso é desafiador e recheado de “esperança para vencer preconceitos e para vencer dissimulações desse jogo de exclusão que tende a se perpetuar, a não ser que um número mais significativo de mulheres passe a representar, quando menos, os interesses da sua metade na população brasileira”.
“Por isso, desejamos paz e segurança nas eleições que se aproximam”, disse Fachin.
“Pluralidade de ideias e diversificação da agenda política são fundamentais para o alcance da igualdade e fortalecimento da democracia”, declarou.