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JB é aconselhado a trocar ataque às urnas por crítica à operação da PF

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A equipe de Jair Bolsonaro está aconselhando o presidente da República a abandonar de vez os ataques às urnas eletrônicas para evitar desgastes nas próximas semanas e perda de votos. No lugar, Bolsonaro passaria a focar suas críticas à operação da Polícia Federal contra empresários que o apoiam.

Em Belo Horizonte, ele já começou a colocar em prática essa nova estratégia. Durante comício na capital mineira, o presidente Bolsonaro criticou a operação da PF, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, cobrando de empresários que assinaram cartas em defesa da democracia que façam o mesmo a favor de seus colegas.

Bolsonaro tem reclamado que conversas em grupos de troca de mensagens, na qual os empresários defendiam um golpe se Lula ganhar a eleição, não dão base legal para a operação da PF, autorizada por Moraes, desencadeada na terça-feira (23).

A PF não só fez operação de busca e apreensão, como também pediu a quebra do sigilo bancário e o bloqueio de contas bancárias dos empresários.

Para assessores presidenciais, o ministro Alexandre de Moraes acabou dando munição para o presidente ter um novo tema para se direcionar a seus apoiadores. Segundo esses auxiliares, no caso das urnas eletrônicas, Moraes ganhou um apoio quase unânime e seria contraproducente criticá-lo neste campo. Bolsonaro seria ainda mais criticado.

Já a operação é criticada por empresários e advogados sob o argumento de que a quebra de sigilo bancário e o bloqueio das contas não teriam base legal. Esse deve ser o novo tema a ser explorado por Bolsonaro, que nos últimos dias deixou, de fato, de fazer ataques às urnas eletrônicas.

A equipe de campanha defende que Bolsonaro abandone as críticas às urna eletrônicas porque, segundo as pesquisas internas do comitê da reeleição, o presidente perde apoio com esse tipo de comportamento. Já no caso da operação da PF, ele pode atacar a medida dizendo que ela fere a liberdade de expressão e que conversas em redes sociais não podem ser criminalizadas.

Investigadores da PF argumentam, porém, que a operação desta semana foi feita com base em dados e documentos colhidos por ela desde o ano passado. Segundo esses investigadores, alguns dos oito empresários que foram alvo de busca e apreensão e bloqueio de contas bancárias já estavam sendo investigados sob a suspeita de financiar atos antidemocráticos no país.

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