O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), minimizou o atrito entre a articulação política do governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Segundo o blog do jornalista Valdo Cruz, Lira avisou aos líderes partidários que vai dar prioridade para as pautas da oposição nas próximas semanas. Trata-se de uma reação ao depois do bate-boca com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Questionado sobre a posição de Lira, Alckmin afirmou que no Brasil os poderes são independentes e harmônicos. Ele citou a aprovação da reforma tributária, em 2023, como exemplo do trabalho conjunto entre Congresso e Planalto.
“Ninguém precisa pensar igual, mas é importante trabalhar junto pelo Brasil”, disse Alckmin.
O presidente participou nesta terça de um evento sobre a relação entre Brasil-China organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em parceria com a Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS).
Alckmin está no exercício da presidência por causa da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (SP) à Colômbia
Questionado se há harmonia entre o governo e o Congresso, Alckmin afirmou que sim, mas que se trata de uma harmonia “agitada”.
“Sempre tem [harmonia]. Ela é agitada, mas tem”, disse.
Conforme o blog do Valdo Cruz, Lira disse a líderes que, em sua opinião, é retaliado pelo Planalto mesmo depois de ter aprovado as principais pautas apresentadas por Lula.
O presidente ignorou as críticas de Lira a Padilha e afirmou recentemente que pretende manter o auxiliar à frente da articulação política do governo.
A pauta que Lira pretende priorizar nas próximas semanas trata de mudanças na legislação para dificultar invasão de terras e de projetos da área de costume.
Lira também prevê instalação de cinco comissões parlamentares de inquérito (CPIs). A oposição costuma utilizar as CPIs para desgastar o governo.