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Ciro ‘aposta’ que grupo de partidos vai adiar anúncio de pré-candidato único

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O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse que “aposta” em um adiamento do anúncio de um pré-candidato único de MDB, União Brasil, PSDB e Cidadania. Ciro descreveu um cenário pré-eleitoral de ainda muitas negociações e incertezas na construção das alianças.

Apesar de o PDT não estar no grupo com os quatro partidos, Ciro ressaltou que abriu conversas com diversos líderes de siglas de centro. O pré-candidato busca se consolidar como a principal alternativa para disputar com o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em sabatina realizada pelo portal UOL e pelo jornal “Folha de S. Paulo”, Ciro disse, como tem feito em declarações recentes, que só vai definir um vice em julho, para “proteger” a chapa. Ele foi lembrado pelos entrevistadores de que MDB, Cidadania, União Brasil e PSDB devem definir pré-candidato já em maio.

“Eu vou fazer uma aposta aqui: essa data será adiada”, disse Ciro, aos risos. “É mero palpite”, concluiu.

Ciro relatou que um dos líderes com quem está conversando sobre a campanha é o deputado Luciano Bivar (União-PE), presidente do União Brasil.

“Generosamente, o Luciano Bivar me convida para conversar, eu vou. Ele me pergunta se eu aceitaria sentar numa mesa de diálogo com essas outras tantas forças. Eu considero que dialogar nesse instante é fundamental”, disse Ciro.

Outro presidente de partido de centro com quem o pedetista tem dialogado é Gilberto Kassab, do PSD.

“Sou amigo do Kassab há muitos anos. E eu vou continuar procurando essa duas organizações [União Brasil e PSD], independente da outra etapa. Falei com o Kassab ontem [terça-feira] ao telefone e pedi para conversar e tomar um café com ele”, contou Ciro.

Ciro ressaltou ainda que não vai exigir que outros candidatos retirem a candidatura e que tampouco pode iniciar o diálogo dizendo que deixa de ser candidato.

A condição para a aliança, segundo Ciro, tem de ser “achar um traço comum” entre os partidos, sem que isso se torne simplesmente “um grande conchavo”.

O diálogo tem que ser em cima da tentativa de achar traços em comum, de um diagnóstico dessa crise [do país]. Se a gente sentar achando que é só conchavo, vai ser só reunião de jacaré com peixe boi. Há muitos traços em comum, porque esse projeto que eu defendo exige uma ampla aliança de centro-esquerda”, explicou Ciro.

Ele voltou a dizer que somente aceitou retomar os diálogos com a terceira via após a saída do ex-juiz Sergio Moro da disputa.

Lula e Bolsonaro

Na sabatina, o pré-candidato pelo PDT voltou a criticar o ex-presidente Lula e disse que não há “nenhuma chance” de ele voltar a se aliar ao petista.

Apesar das declarações, Ciro Gomes afirmou que Bolsonaro é “pior” que Lula.

“Porque o Bolsonaro é um grande corrupto, é um grande incompetente e é fascista. O Lula é uma pessoa que não tem nenhum escrúpulo de natureza moral, não tem nenhuma visão, está destruindo a política brasileira, principalmente o campo progressista, mas é do campo da democracia. Isso faz uma diferença”, disse.

Chapa com Haddad em 2018

Ciro contou que, durante as eleições de 2018, Lula propôs, ainda quando estava preso, uma chapa formada entre o PT e o PDT.

O acordo passaria pela aceitação de Ciro publicamente ser anunciado vice de Lula e que, como o petista seria declarado inelegível, em decorrência das condenações da Lava Jato, o pedetista passaria a ser o cabeça de chapa. Pelo acordo, disse Ciro, a posição de vice ficaria com o ex-prefeito Fernando Haddad.

Ciro contou que Lula pediu que Haddad e o ex-ministro Delfim Netto sondassem se ele aceitaria compor uma chapa com o ex-prefeito.

“Eu ia ser o candidato a presidente com o Haddad de vice, mas eu ia ter que aceitar que o Lula mentisse para o povo de dentro da cadeia que era candidato a presidente do Brasil sem poder ser, pela Lei da Ficha Limpa. E eu disse a ele, com palavras impublicáveis, que ele fosse naquele lugar porque eu não me prestaria a esse serviço sujo que levou o Brasil a cair no Bolsonaro”, relatou Ciro.

A chapa da campanha foi Haddad como candidato a presidente e Manoela D’Ávila, do PC do B, como vice.

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