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Com maior média de mortes , Dória mantém mesmas restrições da quarentena durante o carnaval

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O governo de São Paulo decidiu não adotar medidas mais restritivas da quarentena durante o período de carnaval além das que já estão em vigor atualmente no Plano São Paulo, ainda que o estado tenha registrado, ), média diária de 245 mortes por Covid-19. O valor é o maior desde agosto de 2020.

A gestão João Doria (PSDB) vai manter a classificação atual do plano, que flexibilizou seis regiões do estado para a fase amarela na última sexta (5). Na fase amarela, atividades comerciais e restaurantes são permitidao até as 22h.

Além de suspender o ponto facultativo do carnaval, o governo pediu que a população siga algumas “recomendações adicionais”, como realizar testes de Covid-19 antes de viajar e não participar de eventos. Mas, ao contrário do que aconteceu no período das festas de Natal e Ano Novo, não haverá regras equivalentes à fase vermelha durante o final de semana . A Prefeitura de São Paulo também suspendeu o ponto facultativo.

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Eventos com potencial para aglomerações são motivo de preocupação das autoridades de saúde porque facilitam a contaminação pelo vírus.

Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (10), o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, Paulo Menezes, afirmou que há preocupação com o carnaval, mas que considera as medidas adotadas pelo governo suficientes.

“Aglomerações são totalmente proibidas pelo Plano SP, independentemente de ser carnaval ou não. De forma que não é necessário ter uma medida específica, por exemplo, para proibir blocos de carnaval. Eles já estão proibidos pela natureza do Plano SP. Temos os limites de horário de fase laranja, que é às 20 horas, a fase amarela, até as 22 horas, horário de funcionamento dos setores não essenciais.”
Especialistas avaliam que a nova alta no número de internações, casos e mortes observada em meados de janeiro no estado tenha sido reflexo das festas de final de ano. Embora o número de novas internações pela doença tenha tido leve queda em fevereiro, os casos e mortes permanecem há mais de um mês estáveis em patamar alto de novos registros.

Questionado sobre a fiscalização das regras do Plano São Paulo durante o carnaval, Doria afirmou que ela será de responsabilidade dos prefeitos.

“Cabe e é obrigação do município fiscalizar, acompanhar, orientar e estabelecer as limitações que o Plano São Paulo oferece e determina. E se precisar de apoio da Polícia Militar, recorre à Polícia Militar para que ela possa apoiar o trabalho da Vigilância Sanitária. Que possa também da Guarda Municipal, da Guarda Civil Metropolitana.”
Ao falar de segurança, o governo anunciou a compra de 2.500 câmeras corporais portáteis para serem fixadas nos uniformes dos policiais militares que atuam no estado. Apesar disso, não há previsão de que sejam usadas durante o carnaval. Atualmente, a PM possui 585 equipamentos conhecidos como body cam em funcionamento e as 10 mil câmeras corporais devem ser utilizadas até o fim deste ano.

Orientações do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo sobre o período de carnaval. — Foto: Reprodução/Youtube
Orientações do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo sobre o período de carnaval. — Foto: Reprodução/Youtube

Recomendações para o carnaval
O governo estadual não impôs novas regras para a quarentena no carnaval, mas divulgou nesta quarta uma série de recomendações extras para a população. Como essas orientações não fazem parte dos decretos que classificam a quarentena no estado, elas não serão fiscalizadas.

Além de pedir que as pessoas não participem de aglomerações e usem máscaras, o governo também orientou os paulistas a fazer isolamento social por uma semana após a realização de viagens ou outras atividades “de risco” durante o carnaval.

“Se o indivíduo, mesmo assim, viajar, a recomendação é que no seu retorno, ele permaneça isolado por uma semana, principalmente em relação a pessoas, idosos e pessoas com comorbidades”, disse João Gabbardo, do Centro de Contingência Contra Covid-19 em SP.

A quarentena após viagens é adotada por diversos países que ainda permitem a entrada de brasileiros. No geral, o isolamento em casa após uma viagem é controlado pelo governo. No Reino Unido, por exemplo, uma pessoa que mentir sobre seu trajeto de viagem ou tentar omitir que esteve em um país da “lista vermelha” nos 10 dias anteriores à chegada ao país pode enfrentar uma sentença de prisão de até 10 anos.

O comitê de saúde do governo também pediu que a população faça teste de Covid-19 antes de viajar – e, caso o resultado seja positivo, cancele a viagem.

“Se a pessoa estiver com alguma previsão de viajar […], se sugere que, antes de iniciar a viagem, se faça um teste do tipo RT-PCR, Se ele estiver positivo, a viagem deve ser cancelada, obviamente. Essa é uma recomendação importante neste momento em que a gente ainda está verificando a entrada dessas variantes do vírus que acometeram com bastante intensidade a cidade de Manaus e outras cidades da região norte”, explicou Gabbardo.

Praias
Movimentação intensa de banhistas nas praias da cidade de Santos, no litoral sul de São Paulo, em foto do dia 30 de janeiro. — Foto: MAURÍCIO DE SOUZA/ESTADÃO CONTEÚDO
Movimentação intensa de banhistas nas praias da cidade de Santos, no litoral sul de São Paulo, em foto do dia 30 de janeiro. — Foto: MAURÍCIO DE SOUZA/ESTADÃO CONTEÚDO

Os especialistas em saúde do governo estadual também disseram nesta quarta que as praias de São Paulo devem ser destinadas apenas à prática de exercícios individuais, ou seja, sem barracas ou guarda-sóis na areia.

No entanto, cabe às prefeituras decretar a proibição desse tipo de atividade nas praias de cada município, já que o governo estadual não criou nenhuma regra geral que impeça a permanência nas praias do estado. Também é responsabilidade das prefeituras fiscalizar essas medidas.

“As praias, apesar de serem um ambiente ao ar livre, elas devem servir pra fazer atividade física, durante determinado período, mas não devem ser locais para ficar sentado, pra ficar bebendo, pra fazer reuniões, agrupamento de pessoas, porque esse é um ambiente que aumenta demais a possiblidade de transmissão da doença”, disse Gabbardo.

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