De acordo com Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, o recuo foi influenciado por uma percepção dos empresários de queda na demanda por produtos industriais de todas as categorias de uso, exceto nos produtos de consumo de bens não duráveis.
"Tal resultado afeta negativamente a avaliação sobre a situação atual dos negócios, apesar de uma descompressão nos custos com a redução dos preços do petróleo e da energia. Para os próximos meses, nota-se um pessimismo quanto ao aumento da produção, possivelmente relacionados com a continuidade da desaceleração da atividade econômica e dificuldades ainda no abastecimento de alguns insumos”, comenta.
O cenário melhora um pouco no horizonte de seis meses, mas o economista diz que é preciso cautela, já que a política monetária mais restritiva deve conter os investimentos nos próximos meses.
Houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais monitorados. O Índice Situação Atual recuou 1,9 ponto, para 100,9 pontos enquanto o Índice de Expectativas se manteve relativamente estável ao variar 0,1 ponto para 98,0 pontos.
A percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios foi o que mais influenciou negativamente o resultado no mês ao cair 4,1 pontos, para 97,6 pontos, menor nível desde março (91,9 pontos). O indicador que mede o nível de demanda recuou 1,7 ponto, para 101,5 pontos. Já o indicador que mede o nível dos estoques se manteve estável, com resultado favorável abaixo de 100 pontos.
Entre as expectativas, a produção nos próximos três meses mantém trajetória negativa pelo terceiro mês consecutivo, com queda de 1,0 ponto em setembro para 91,1 pontos, menor patamar desde março (90,3 pontos).
Já para os próximos seis meses, o indicador que mede a tendência dos negócios se recupera pelo segundo mês, com 1,7 ponto em setembro, para 98,5 pontos, se aproximando dos patamares observados no último trimestre de 2021.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria caiu 1,4 ponto, retornando ao patamar de maio de 80,8%.