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JB chama de ‘mentira’ eleitoral fala de Lula sobre picanha e cerveja

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O candidato do PL à reeleição Jair Bolsonaro classificou como “mentira” eleitoral a fala do adversário na corrida presidencial Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre picanha e cerveja.

Bolsonaro deu a declaração durante entrevista em Ceilândia – região administrativa do Distrito Federal que fica a cerca de 30 quilômetros do centro de Brasília. O presidente foi ao local conversar com eleitores e gravar peças de campanha sobre ações sociais do governo, como o Auxílio Brasil.

Após gravar o material de campanha, Bolsonaro disse que as famílias com quem tem conversado “entendem” os reflexos da pandemia da Covid-19 na economia, mas que “algumas pessoas” mantêm a posição de acreditar que, se Lula for eleito, haverá “picanha com cerveja todo fim de semana”.

“Relata-se que algumas pessoas querem que o governo resolva todos os seus problemas […]. Para eu dar alguma coisa para alguém, o presidente da República tem que tirar de outro lugar. Tem que tirar o coelho da cartola. As pessoas entendem. Algumas pessoas mantêm a posição, acreditam na picanha com a cerveja todo fim de semana. São as propostas, as mentiras que é muito comum acontecer em razão das eleições”, afirmou Bolsonaro.

Líder nas pesquisas eleitorais, o ex-presidente Lula tem dito que, se vencer as eleições, as pessoas vão poder voltar a comer picanha e tomar cerveja nos fins de semana.

‘Orçamento secreto’

Bolsonaro se irritou e encerrou a entrevista em Ceilândia ao ser questionando por uma jornalista sobre o “orçamento secreto”.

Criticadas por especialistas, as emendas de relator do Orçamento receberam essa denominação em razão da falta de transparência e igualdade na distribuição de recursos. Muitas vezes, o mecanismo é utilizado por governo e aliados para garantir apoio ao chefe do Executivo no Congresso.

Ao ser indagado sobre o tema, Bolsonaro respondeu: “Você não aprendeu o ‘orçamento secreto’ ainda, que não é meu. Pelo amor de Deus, para com isso. O ‘orçamento secreto’ é uma decisão do Legislativo que eu vetei, depois derrubaram o veto”.

Diante da insistência na pergunta, Bolsonaro se exaltou: “Quem recuou do veto? Ah, eu desvetei? Desconheço ‘desvetar'”. Na sequência, o presidente encerrou a entrevista.

Bolsonaro tem dito durante a campanha que não tem relação com a criação do orçamento secreto. Contudo, as emendas do relator-geral, conhecidas por “orçamento secreto”, foram criadas a partir do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias apresentado pela própria Presidência da República.

Em dezembro de 2019, o texto enviado ao Congresso e assinado pelo então ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, incluiu na previsão para o ano seguinte a emenda de relator-geral, a RP9. As informações foram reveladas pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

Antes disso, Bolsonaro havia vetado uma proposta vinda do Congresso de tornar obrigatória a RP9. Porém, o governo recuou e reapresentou o texto, desta vez assinado por Ramos.

Ainda em dezembro de 2019, Bolsonaro tentou vetar trechos que previam que o governo precisasse da aprovação das comissões permanentes da Câmara e do Senado antes de executar as emendas parlamentares – não somente as de relator, mas também as individuais, as de bancada e as de comissões.

Em um acordo com o parlamento, houve derrubada desses vetos. Com isso, o Congresso passou a ter maior poder de decisão na prioridade de pagamentos de parte dos recursos dos ministérios. O orçamento previsto para 2023, sancionado por Bolsonaro, mantém a existência das emendas de relator.

Apoio de prefeitos

Após o compromisso em Ceilândia, Bolsonaro recebeu no Palácio da Alvorada os prefeitos de Manaus (AM), David Almeida (Avante); e de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos).

Depois do primeiro turno, o presidente passou a convidar aliados à residência oficial da Presidência para o anúncio de apoios a sua candidatura.

Embora o Avante – partido ao qual David Almeida é filiado – esteja na coligação de Lula, o político disse ter “autonomia” dentro da legenda para apoiar o candidato do PL à reeleição.

Almeida disse que no primeiro turno não apoiou oficialmente Bolsonaro, mas que agora ouviu do presidente a garantia de que o modelo de negócios da Zona Franca de Manaus será preservado.

“O que estava divergindo era a questão da Zona Franca, mas obtive todas as respostas necessárias”, disse.

O governo federal provocou polêmica no Amazonas, neste ano, por causa de um decreto que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que também são produzidos na Zona Franca, o que reduziu a competitividade da região.

Questionado por jornalistas a respeito da questão do IPI e da Zona Franca, Bolsonaro declarou que está “tudo resolvido”.

Já Rodrigo Manga, que esteve com Bolsonaro no primeiro turno, disse que vai se empenhar para auxiliar na reeleição do presidente. Ele disse acreditar que Bolsonaro terá o apoio “maciço” dos prefeitos da região de Sorocaba.

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