Depois do susto no Senado, o Palácio do Planalto avaliou que a nova base na Câmara, formada pelos partidos do chamado Centrão, passou no primeiro teste importante do governo ao conseguir manter por ampla margem de votos o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste de servidores.
Articuladores políticos do governo também fizeram questão de reconhecer o esforço pessoal do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, que apesar das divergências com o Palácio do Planalto, fez a diferença ao manter a defesa da responsabilidade fiscal.
Duas questões práticas já estão na mira do Palácio do Planalto: a compensação para a nova base na Câmara, inclusive com a liberação de emendas e o aprofundamento do loteamento de cargos; e como equacionar uma solução para a base no Senado.
Integrantes do governo não esconderam a contrariedade com o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, que estava ausente da sessão em que o veto a reajuste de servidores foi derrubado pelo Senado. E um grupo já defende uma punição para os senadores governistas infiéis.
Ao mesmo tempo, o presidente Jair Bolsonaro foi alertado que, apesar da traição, será melhor tentar uma composição no Senado por puro pragmatismo. Até porque o próprio Alcolumbre já articula pessoalmente um convite para o ministro da Economia, Paulo Guedes, explicar os ataques ao Senado na véspera – ele afirmou que a derrubada de veto que impediu reajustes a servidores seria ‘crime contra o país”.