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Trégua humanitária aprovada na ONU é ‘recado claro e político’

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Itamaraty comemorou a aprovação na Assembleia Geral da ONU de uma trégua humanitária imediata entre Israel e o grupo Hamas, exigindo acesso de ajuda à Faixa de Gaza e proteção de civis.

A resolução teve 120 votos a favor, 45 abstenções e 14 votos contrários, incluindo Israel e os Estados Unidos. O texto aprovado não tem caráter vinculante, ou seja não funciona como uma ordem obrigatória a ser seguida, mas é carregado de forte poder simbólico.

Nova resolução no Conselho

O Brasil segue em consultas para produzir uma nova resolução a ser votada no Conselho de Segurança na semana que vem.

Esta será a quinta tentativa de o órgão das Nações Unidas aprovar um texto diante da crise humanitária que a Faixa de Gaza vive devido ao confronto entre Israel e o grupo Hamas. A ideia de um novo texto por parte do Brasil nasceu durante a semana, diante da derrubada das resoluções de Estados Unidos e Rússia.

A missão brasileira acredita que o grupo de países não permanentes está coeso em torno do novo texto elaborado e busca, agora, uma costura que contemple preocupações tanto de americanos quanto de russos . O objetivo é evitar um novo veto de um ou do outro país.

A avaliação é de que o texto brasileiro vetado na semana passada chegou perto deste objetivo e já é usado como um ponto de partida para a nova resolução.

“Nós nem precisaríamos ter chegado a isso se o primeiro texto do Brasil não tivesse sido vetado pelos Estados Unidos”, disse um dos diplomatas envolvidos nas negociações.

Por outro lado, há ainda a preocupação com um novo veto dos Estados Unidos, já que o país se posicionou contra a resolução da Assembleia Geral. O voto contrário ocorreu mesmo com o texto contemplando preocupações dos norte-americanos e de Israel.

O chanceler Mauro Vieira conversou nesta sexta-feira com chanceleres de países árabes e europeus, além de ter feito um novo contato com a presidente da Cruz Vermelha Internacional, que reforçou o apelo ao Brasil para insistir em uma solução em busca da saída de quem sofre com os conflitos na Faixa de Gaza.

Críticas ao poder de veto

O Brasil tem feito críticas ao funcionamento do Conselho de Segurança da ONU, que preside temporariamente.

No último dia 21, em discurso no Egito, Mauro Vieira lamentou a “paralisia” do grupo em relação à situação na Faixa de Gaza.

“A paralisia do Conselho de Segurança está tendo consequência prejudiciais à segurança e às vidas de milhões. Isso não está no interesse da comunidade internacional”, afirmou o chanceler.

Já nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou em encontro com jornalistas o poder de veto de alguns dos países que integram o grupo e defendeu o fim do recurso

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