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Produção de veículos cai 36% em julho na comparação anual

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Os funcionários da Volkswagen retornaram ao trabalho na fábrica de Taubaté (SP) nesta segunda-feira (31) após 12 dias de greve. Ao todo, a unidade emprega cerca de cinco mil pessoas e produz o Up!, Gol e Voyage. O retorno ao trabalho foi aprovado em assembleia na última sexta-feira após a empresa apresentar uma proposta em que cancela 43 demissões na unidade.

A produção nacional de veículos caiu 36,2% em julho, na comparação com o mesmo período de 2019. Os resultados foram divulgados pela associação das fabricantes, a Anfavea.
Foram produzidos 170.287 carros, comerciais leves (picapes e furgões), caminhões e ônibus no último mês, contra 266.992 do ano passado. Em relação a junho, quando foram produzidas 98.447 unidades, houve um crescimento de 73%.
No acumulado de janeiro a julho, a queda foi de 48,3% — 899.553 unidades em 2020, contra 1.741.297 em 2019.
Exportação
As exportações continuam em baixa. Em relação a julho de 2019, o último mês registrou uma queda de 30,8%, com 29.126 unidades. Já em comparação a junho, houve um crescimento de 49,7%. No acumulado do ano, foram exportados 148.663 veículos.
Os números baixos ainda refletem a crise econômica do principal mercado importador do Brasil, a Argentina, além da crise mundial causada pela pandemia do coronavírus.

Queda nos empregos
O setor registrou o menor número de pessoas empregadas dos últimos anos, com 122.517 empregos ativos. O número representa uma queda de 4,8% em relação a julho do ano passado e de 1,2% em relação a junho.
Apesar de ainda não fazer uma previsão de qual poderá ser o futuro patamar de nível de empregos na indústria automotiva, as montadoras se dizem “preocupadas” com a situação. “Se não acontecer uma retomada mais forte, existe sim o risco de emprego no setor”, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
Vendas
Segundo a Anfavea, foram vendidos 174.487 veículos em julho, uma queda de 28,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na comparação com junho, os emplacamentos cresceram 31,4%, mostrando uma recuperação do mercado após o relaxamento do distanciamento social no país.
No acumulado do ano a queda foi maior, de 36,6%. De janeiro a julho de 2019 foram vendidas 1.551.788 unidades, enquanto o mesmo período deste ano registrou 983.311.

Montadoras negociam adiar nova fase de regras de emissões
Com a queda na produção e vendas por causa da crise do coronavírus, a Anfavea afirmou que está negociando com o governo o adiamento da nova fase de emissões de poluentes para veículos novos.
O Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) tem sua próxima etapa prevista para entrar em vigor em 2022 para veículos leves, em sua 7ª fase, e para pesados, em sua 8ª etapa.
“Estamos discutindo o tema (adiamento) com os ministérios do Meio Ambiente, Casa Civil e Economia”, afirmou Luiz Carlos Moraes. De acordo com o executivo, o objetivo é cumprir as próximas metas 2 ou 3 anos depois da data atual, ou seja, até 2025.
Para a próxima fase do Proconve, as montadoras terão que investir cerca de R$ 12 bilhões, disse a Anfavea.
“Diante da crise gerada pela maior pandemia dos últimos 100 anos, precisamos debater prazos de investimentos mais realistas, e também outras soluções de curto prazo que permitam reduzir ainda mais as emissões da frota veicular nacional”, disse Moraes.
Com a crise causada pela pandemia, a entidade afirma que as montadoras perderam entre R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões, em torno de 30% a 40% de seu faturamento.

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