O presidente Jair Bolsonaro (PL) embarca nesta quarta-feira (8) para participar da Cúpula das Américas, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O objetivo do evento é reunir líderes dos países da América do Sul, América Central e América do Norte, para discutir o fortalecimento da democracia na região.
Bolsonaro decidiu participar do encontro dois dias depois de receber no Palácio do Planalto o enviado especial para a Cúpula das Américas do governo americano, Christopher Dodd, e o encarregado de negócios da embaixada dos EUA no Brasil, Douglas Koneff.
Em nota emitida pela Embaixada dos Estados Unidos, Christopher Dodd declarou que, durante a reunião, manifestou ao presidente brasileiro o “desejo de que o Brasil seja um participante ativo da Cúpula” e disse que reconhecia “a responsabilidade coletiva de avançar para um futuro mais inclusivo e próspero”.
Encontro com Biden
O presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se encontrarão em uma reunião bilateral durante a Cúpula das Américas.
Segundo o conselheiro para assuntos da América Latina do governo americano, Juan Gonzales, durante a reunião, Bolsonaro e Biden falarão de temas amplos.
Questionado se o presidente americano conversaria com Bolsonaro sobre o sistema eleitoral brasileiro, o conselheiro para assuntos da América Latina do governo americano respondeu que os EUA confiam nas instituições eleitorais do Brasil.
Bolsonaro tem uma relação distante com Biden. Na eleição de 2020, o presidente brasileiro declarou apoio ao então presidente Donald Trump, derrotado na tentativa de se reeleger. Bolsonaro chegou a afirmar que houve fraude na eleição dos Estados Unidos.
Cúpula das Américas
A Cúpula das Américas é uma tentativa do presidente Joe Biden de reconstruir a relação com países latino-americanos após os anos de Donald Trump, que não participou da última cúpula, em Lima, em 2018.
O evento começou nesta segunda-feira (6), mas Biden só abrirá formalmente o encontro nesta quarta-feira (8).
Segundo autoridades do governo norte-americano, durante o evento, Biden buscará um consenso regional sobre uma nova agenda econômica para desenvolver os acordos comerciais existentes com a América Latina e pretende apresentar um plano para enfrentar a crescente migração.
Ainda, de acordo com as autoridades, o governo americano também pretende se colocar como o principal parceiro econômico da América Latina para neutralizar as incursões da China.
Ausências
Como anfitrião, o governo americano foi o responsável por elaborar a lista de convidados para o evento. Sob alegação de discordâncias ideológicas, os Estados Unidos excluíram Cuba, Venezuela e Nicarágua da Cúpula das Américas.
A ação incomodou alguns líderes, entre eles, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador. “Não vou à cúpula porque nem todos os países das Américas estão convidados e acredito na necessidade de mudar a política que se impõe há séculos, a exclusão”, disse López Obrador.
Ao todo, até esta segunda-feira (6), líderes de oito países não vão participar do evento.
Além de López Obrador, e dos líderes dos países excluídos pelos EUA, os presidentes de Honduras, da Guatemala, da Bolívia e do Uruguai informaram que não vão comparecer à Cúpula das Américas.