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Coronel Cid era ‘muro das lamentações’

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O presidente do Supremo Tribunal Militar (STM), Joseli Parente Camelo, disse em entrevista ao Estúdio i que o tenente-coronel Mauro Cid era o “muro das lamentações” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem era ajudante de ordens.

Braço-direito de Jair Bolsonaro (PL) nos 4 anos da Presidência da República, Mauro Cid foi preso em 3 de maio suspeito de participar de um esquema para criar comprovantes de vacina contra a Covid-19 falsos para o ex-presidente, para si próprio e para familiares de ambos.

“O ajudante de ordens (…), como ele está muito próximo da autoridade, acaba sendo o muro das lamentações”, disse Camelo.

Sobre o documento com instruções para um golpe de Estado encontrado no celular de Cid, Camelo afirmou que é grave “tratar de golpe, de ir contra a democracia”, mas que é preciso aguardar a investigação e o julgamento do caso antes de tirar conclusões. Quem é Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro preso em operação da PF

“Realmente, os indícios de [planejamento de] golpe (…) foram fortes, mas temos que dar a oportunidade de todas as pessoas se defenderem”, afirmou o presidente do STM.

O governo Lula e do Ministério da Defesa avaliam que a situação do tenente-coronel Mauro Cid é “insustentável” com o avanço das investigações sobre o roteiro do golpe e que ele deve ser expulso do Exército. Militares, entretanto, admitem a possibilidade – mas só depois de uma eventual condenação e do cumprimento dos ritos administrativos da caserna.

‘Militares não podem estar na política’

Para o presidente do STM, a participação de militares da ativa na política “é muito prejudicial”. Camelo opinou que “é muito salutar que um militar queira ser candidato”, mas que idealmente ele deveria se afastar das Forças Armadas para seguir a vida política.

Segundo Joseli Camelo, essa participação de militares na política foi incentivada por Jair Bolsonaro, e casos com o de Eduardo Pazuello, que participou de ato político com o ex-presidente enquanto ainda estava na ativa reforçam a ideia de que “militares não podem estar na política”.

“Não foi bom, pois acabou, de certa forma, levando um certo contágio para aqueles militares estavam na ativa em suas atividades”, disse.

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