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RBR é a ameaça ao domínio da Mercedes. Será?

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Mais curta que o normal, com apenas três dias, a pré-temporada da Fórmula 1 chegou ao fim neste domingo. Diretamente impactada pela pandemia da Covid-19, os testes também mudaram de lugar: de Barcelona, na Espanha, para Sakhir, no Barein, local da primeira corrida do ano, no dia 28 de março. E o que os resultados das atividades podem indicar para o campeonato de 2021 da maior categoria do automobilismo mundial? Bem, se olharmos apenas para a tabela de tempos, nada. Principalmente porque as equipes não necessariamente realizam os mesmos programas. Para ter um diagnóstico melhor da pré-temporada, temos de analisar tudo o que aconteceu na pista.
Como está a sempre favorita Mercedes?

Essa é uma pergunta que precisa ser respondida em duas partes. Primeiro, a redução dos habituais oito para três dias de testes impactou diretamente a programação da equipe alemã. Um problema de câmbio com Valtteri Bottas na manhã do primeiro dia causou um enorme atraso para as Panteras Negras. Com isso, pela primeira vez desde o início da era híbrida, em 2014, o time não teve a maior quilometragem da pré-temporada. Pelo contrário: foi o que menos andou nos três dias.

Só que isso não é algo inédito nestas sete temporadas de domínio da Mercedes. Mas como sempre foram duas sessões de quatro dias, a equipe alemã conseguia compensar um eventual problema na primeira semana andando enlouquecidamente na segunda. Desta vez, eles terão de corrigir eventuais falhas trabalhando nos computadores da fábrica em Brackley e confiando, claro, nos resultados das simulações. Um ponto importante: ao contrário das outras equipes, a Mercedes ainda não fez seu dia de filmagem – usado pelas outras como shakedown de seus novos carros. A atividade está marcada para o dia 16 de março, nesta terça-feira, no Barein. A primeira oportunidade para uma – se necessária, claro – correção de rumos no desempenho do W12.
Segundo: a Mercedes tem um ponto positivo: as poucas alterações no regulamento de 2021, por causa do acordo entre os times e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para reduzir custos após os efeitos da pandemia da Covid-19. Neste ano, basicamente, as equipes usarão os carros de 2020 atualizados. Atendendo a um pedido da Pirelli, fornecedora oficial de pneus da F1, a FIA reduziu a carga aerodinâmica nos modelos com alterações principalmente na parte traseira dos assoalhos e no difusor. Os pneus também foram alterados: têm uma estrutura mais resistente e, por isso, são mais pesados.

Essas mudanças fizeram com que o W12 sofresse com a instabilidade na parte traseira. Hamilton chegou a rodar na última curva do circuito de Sakhir antes de abrir uma volta rápida no último dia de testes. A Mercedes ainda não sabe a causa do problema, mas está investigando. Não ficaria surpreso com uma solução rápida para a falha, ainda mais com a quantidade de dados que a equipe acumulou com o W11. A pré-temporada serve exatamente para sanar esses problemas eventuais.
Além disso, tudo o que aconteceu nos últimos anos nos ensinou a nunca descartar o favoritismo da Mercedes. A equipe alemã já demonstrou várias vezes ter um poder de reação absurdo. É claro que a tendência é termos uma temporada mais equilibrada que a de 2020, mas tirar as Panteras Negras da posição de favoritismo não é inteligente.

  • E a RBR? Pode brigar com a Mercedes?
    Estamos diante de uma das vantagens da estabilidade do regulamento entre 2020 e 2021. Como as mudanças foram pequenas, a RBR percebeu, ainda no ano passado, que sua maior chance estaria nesta temporada. Então, aproveitou a segunda metade do campeonato para trabalhar o carro para 2021. A pole e a vitória de Max Verstappen no GP de Abu Dhabi, a última corrida do ano, já mostraram que foi uma decisão acertada e indicaram um bom caminho. E os testes confirmaram isso.

Historicamente, a RBR começa mal e evolui sempre ao longo da temporada. Ônus e bônus de contar com o gênio Adrian Newey, o mago da aerodinâmica, que sempre opta por um caminho bem ousado. Em 2021, isso está sendo diferente. A equipe austríaca não teve problemas nos três dias de atividades no Barein com o RB16B. Bom presságio: impressionou pelo desempenho e pela confiabilidade neste ano. O holandês Max Verstappen, inclusive, foi o mais rápido dos testes.

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